O Plano Marshall (conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Europeia), um aprofundamento da Doutrina Truman, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. A iniciativa recebeu o nome do Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall. Os americanos deram ajuda econômica no valor de cerca de 14 bilhões de dólares na época[1] (equivalente a cerca de cem bilhões de dólares em 2018 ajustado pela inflação),[2] que foram entregues para ajudar na recuperação dos países europeus que se juntaram à Organização Europeia para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Substituindo o anterior Plano Morgenthau, operou por quatro anos a partir de 2 de abril de 1948.[3] Os objetivos dos Estados Unidos eram reconstruir regiões devastadas pela guerra, remover barreiras comerciais e modernizar a indústria, melhorar a prosperidade europeia e impedir a disseminação do comunismo.[4] O Plano Marshall exigiu uma redução das barreiras interestaduais, uma queda de muitos regulamentos e encorajou um aumento da produtividade, bem como o sindicalismo e os novos modelos de negócios "modernos".[5]
A ajuda do Plano foi dividida entre os países beneficiários em uma base per capita. Maiores quantidades foram dadas às grandes potências industriais, já que a principal ideia era de que seu renascimento seria essencial para a prosperidade geral da Europa. Essas nações aliadas receberam um pouco mais de ajuda per capita do que os ex-membros do Eixo ou os países que permaneceram neutros. O maior beneficiário do dinheiro do Plano Marshall foi o Reino Unido (que recebeu cerca de 26% do total), seguido da França (18%) e da Alemanha Ocidental (11%).[6] Cerca de dezoito países europeus receberam benefícios do Plano. Apesar de ter sido prometida, durante a guerra, que receberia ajuda financeira, a União Soviética recusou-se a participar do programa por medo de perder sua independência econômica; além disso, também bloqueou a possível participação de países da Europa Oriental, como a Alemanha Oriental, Checoslováquia, Hungria e Polônia.[7] Os Estados Unidos forneceram programas de ajuda similares na Ásia, mas não faziam parte do Plano Marshall.[8]
Destaca-se, no entanto, que o papel dos Estados Unidos na rápida recuperação tem sido debatido. Muitos rejeitam a ideia do país milagrosamente reviver a Europa, já que as evidências mostram que uma recuperação geral já estava em andamento. As subvenções do Plano Marshall foram concedidas a uma taxa que não era muito maior em termos de fluxo do que a ajuda anterior da UNRRA e representavam menos de três por cento da renda nacional combinada dos países receptores entre 1948 e 1951,[9] o que significaria um aumento no crescimento do PIB de apenas 0,3%.[10]
A tabela abaixo, cujas informações foram tiradas do livro The Marshall Plan Fifty Years Later, mostra a ajuda do Plano Marshall por país e ano (em milhões de dólares). Não existe um consenso claro sobre os valores exatos, já que diferentes estudiosos diferem em exatamente quais elementos da ajuda americana durante este período faziam parte do Plano.[11]
País | 1948-49 (milhões de dólares) |
1949-50 (milhões de dólares) |
1950-51 (milhões de dólares) |
Total (milhões de dólares) |
---|---|---|---|---|
Reino Unido | 1,316 | 921 | 1,060 | 3,297 |
França | 1,085 | 691 | 520 | 2,296 |
Itália e Trieste | 594 | 405 | 205 | 1,204 |
Alemanha | 540 | 438 | 500 | 1,448 |
Países Baixos | 471 | 302 | 355 | 1,128 |
Bélgica e Luxemburgo | 195 | 222 | 360 | 777 |
Suíça | 125 | 125 | 250 | 500 |
Áustria | 232 | 166 | 70 | 488 |
Dinamarca | 103 | 87 | 195 | 385 |
Noruega | 82 | 90 | 200 | 372 |
Grécia | 175 | 156 | 45 | 366 |
Suécia | 39,00 | 48 | 260 | 347 |
Portugal | 35 | 35 | 70 | 140 |
Turquia | 28 | 59 | 50 | 137 |
Irlanda | 88 | 45 | 13 | 133 |
Islândia | 6 | 22 | 15 | 43 |
O Plano Marshall resultou em um incrível crescimento econômico para os países europeus envolvidos e uma grande influência, fazendo os beneficiados terem dívidas em dólares para depois pagá-las. De 1948 a 1952, a Europa experimentou o período de máximo crescimento econômico de sua história. A produção industrial cresceu 35%, e a produção agrícola havia superado níveis dos anos pré-guerra.[12]
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