Everaldo Dias Pereira | |
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Pastor Everaldo | |
Presidente nacional do PSC | |
Período | 17 de julho de 2015 até atualidade |
Antecessor(a) | Vítor Nosseis |
Vice-presidente nacional do PSC | |
Período | 17 de julho de 2003 até 16 de julho de 2015 |
Secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro | |
Período | 1º de janeiro de 1999 até 31 de dezembro de 2002 |
Governador | Anthony Garotinho |
Dados pessoais | |
Nascimento | 22 de fevereiro de 1956 (65 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Partido | PSC (2003-presente) |
Religião | pentecostalismo |
Ocupação | pastor na Igreja Assembleia de Deus político empresário |
Everaldo Dias Pereira, conhecido como Pastor Everaldo (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1956), é um pastor evangélico, empresário e político brasileiro. É um importante nome da igreja Assembleia de Deus e presidente do Partido Social Cristão (PSC), pelo qual foi candidato ao cargo de presidente da República nas eleições de 2014,[1] ficando em 5º lugar na disputa, com 0,75% dos votos.[2]
Em 28 de agosto de 2020, Everaldo foi preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro ocorridos durante a pandemia de COVID-19 no estado do Rio de Janeiro, na gestão de seu correligionário Wilson Witzel.[3]
Everaldo é filho do pastor Heraldo e da missionária Dilma e nasceu em Acari, bairro pobre da Zona Norte do Rio de Janeiro, que decidiram que dar ao filho o mesmo nome do seu tio, Everaldo Dias Pereira. Cresceu junto com seus irmãos Meire-laine, Ivete, Edivaldo, Edimilson e Marcos. A residência da família era um núcleo da igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira. Conta que começou a trabalhar aos seis anos, ajudando o pai a vender vasos de plantas na feira. Aos dez anos, fez amizade com feirantes e passou a vender bananas e, depois, canecas e copos[4]. Também foi servente de pedreiro e office-boy.
Em 1970 passou em um concurso público do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), aos 14 anos. Aos 17 anos ingressou na Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro e pagou seus estudos com o salário recebido do IRB. Trabalhou em companhias de seguros. Pouco tempo depois montou a sua própria empresa. Em 1989 apoiou a campanha de Leonel Brizola.[5] para Presidente, e desde então, participa da vida pública.
Casado em segundas núpcias[6] com a cantora gospel Ester Batista, é pai de três filhos do primeiro casamento,[4] com Maeli de Almeida.[7] Enquanto ainda casado com Maeli, manteve um outro relacionamento, com Katia Míriam Offredi Maia. Em 2014, Katia ingressou com uma ação judicial contra Everaldo, no Supremo Tribunal Federal, pedindo o "reconhecimento de dissolução de união estável, com a partilha de bens”. Katia também acusou Everaldo de agressão física, seguida de ameaça de morte. Porém, segundo parecer do Ministro Dias Toffoli, relator do processo, Katia não conseguiu comprovar a união estável, dada a ausência de publicidade do relacionamento, uma vez que, durante grande parte do período alegado pela autora, Everaldo ainda era casado - o que, "segundo o artigo 1.723, do Código Civil, impede a constituição de união estável".[8][9]
Everaldo se manteve nos bastidores da política carioca até se sagrar vitorioso com a chapa Anthony Garotinho (PDT) e Benedita da Silva (PT), ambos evangélicos, no governo do Estado.[10] Eles tiveram o apoio do ex-deputado bispo Manoel Ferreira (PSC), líder da igreja de Everaldo. De 1999 a 2002 foi subsecretário da Casa Civil no governo do Rio de Janeiro, sendo responsável por ajudar a implementar o primeiro bolsa família do Brasil, o “cheque cidadão”.[11] Em 2003, filiou-se ao Partido Social Cristão (PSC) como vice-presidente. Após mais de uma década no comando da legenda, decidiu concorrer a um cargo majoritário pela primeira vez.
Pastor Everaldo operava em parceria com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), preso pela Operação Lava Jato, na gestão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PRP). Everaldo foi citado em delação premiada por suspeita de receber R$ 6 milhões para favorecer Aécio Neves (PSDB) em debates quando ambos eram candidatos à Presidência, em 2014; apesar das evidências, Everaldo sempre negou.[12] Segundo o delator Fernando Santos Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, afirmou que a empresa orientou o religioso a fazer perguntas 'inócuas' para Aécio Neves nos debates presidenciais de TV em 2014. Segundo Fernando Reis, A ideia era o Pastor Everaldo usar todo o tempo no debate fazendo perguntas para Aécio fazia com que este tivesse mais tempo nos debates e, assim, ter mais chances de chegar ao segundo turno, para disputar com a então presidente Dilma Rousseff, que concorria à reeleição.[13]
Nas eleições de 2018, Pastor Everaldo foi candidato a senador pelo estado do Rio de Janeiro pelo Partido Social Cristão (PSC). A candidatura do político foi homologada na convenção estadual do PSC, realizada no dia 21 de julho de 2018, ocasião em que também foi lançada a candidatura do ex-juiz federal Wilson Witzel ao Governo do Estado do Rio de Janeiro.[14] No pleito, Everaldo obteve 360.688 votos (2,58% do total de votos válidos), não se elegendo ao cargo disputado.[15] Nacionalmente, Everaldo apoiou o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, a quem o pastor havia batizado em 2016, no rio Jordão, em Israel.[16]
O Pastor Everaldo foi considerado, por ativistas, "inimigo público" dos direitos LGBT, por ter sido um dos idealizadores da campanha "Homem + Mulher = Família", promovida pelo PSC, em 2012.[17] Também recebeu críticas de defensores dos direitos dos homossexuais por afirmar que, se fosse eleito presidente, iria propor um projeto de lei ao Congresso Nacional para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o território nacional.[18] O pastor também recebeu críticas de setores ligados aos direitos das mulheres, por ser contrário ao direito ao aborto.[19] Durante a campanha presidencial de 2014, Pereira também manifestou-se contrário a propostas de "legalização das drogas" e se autointitulou um "defensor da família como está na Constituição".[20]
Em 2012, foi condenado, na primeira instância, a pagar à ex-companheira, Katia Míriam Offredi Maia, uma indenização de cerca de 85 mil reais, por danos morais e materiais. Posteriormente, Everaldo conseguiu reverter a decisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e o caso aguarda a decisão de instâncias superiores. Em 2013, Katia levou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um novo processo em que acusa o pastor de agressão física, seguida de ameaça de morte. Katia relata que, durante as agressões, houve "chutes e socos, o que causou a perfuração da [sua] membrana timpânica". Everaldo, no entanto, diz que agiu em legítima defesa, depois de uma perseguição de carro pelas ruas do Rio de Janeiro.[21][22]
Em agosto de 2016, foi acusado de ameaçar de morte uma jovem que alegava ter sido agredida e assediada sexualmente pelo Pastor Marco Feliciano, um dos nomes mais conhecidos do PSC - partido presidido pelo Pastor Everaldo. A ameaça teria sido feita em razão de a jovem não ter aceitado "ficar calada", em troca de uma quantia em dinheiro oferecida por Everaldo.[23]
Em janeiro de 2017, segundo informações da Polícia Federal, Everaldo teria pedido dinheiro ao ex-deputado Eduardo Cunha, durante as eleições em 2012, por estar em "desespero total".[24]
Em agosto de 2020 foi preso depois de mandado expedido pelo STJ após suspeita de irregularidades durante a pandemia do coronavírus no estado do Rio de Janeiro, na gestão de Wilson Witzel.[3] Ele foi denunciado pelo Ministério Público por corrupção e lavagem de dinheiro, a partir de relatórios do COAF e da delação de Edmar Santos, ex-secretário da Saúde do Rio de Janeiro. Conforme investigação do órgão, Everaldo era integrante de organização criminosa comandada pelo governador Wilson Witzel.[25] O ministro Benedito Gonçalves, do STJ, escreveu em decisão que determinou a prisão de Everaldo que o pastor "age em sofisticada teia de relações que envolvem muitas pessoas físicas e jurídicas, dentre elas, e de forma mais direta, seus filhos Laércio de Almeida Pereira e Filipe de Almeida Pereira", que também foram presos.[26]
…Felipe [sic] Pereira, candidato a deputado federal e o terceiro filho de Everaldo no primeiro de seus três casamentos.
Filiação: Everaldo Dias Pereira e Maeli de Almeida.
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ignorado (ajuda).
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