Nísia Trindade Lima

Nísia Trindade Lima
Em 2022.
51.º Ministra da Saúde do Brasil
Período 1 de janeiro de 2023
(a assumir)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Marcelo Queiroga
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz
Período 4 de janeiro de 2017
até atualidade
Antecessor(a) Paulo Gadelha
Sucessor(a)
Dados pessoais
Nascimento 17 de janeiro de 1958 (64 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Nísia Trindade Lima (Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1958) é uma cientista social, socióloga, pesquisadora e professora universitária brasileira.

É a atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, desde 2017.

Biografia

Nísia nasceu no Rio de Janeiro, em 1958, crescendo no bairro do Flamengo. Era filha de Condeúba Nivaldo de Assis Lima, responsável por lhe contar as primeiras histórias sobre o Brasil, sobre sua literatura e potencial da mesma para a transformação social. Por inspiração de uma professora de sociologia durante o ensino médio, Nísia decidiu cursar Ciências Sociais, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1976.[1][2]

Envolvida, na graduação, ao movimento estudantil pró-democracia, participou da construção do centro acadêmico de Ciências Humanas da universidade. Ao se formar, ingressou como professora na rede estadual e particular da cidade. Em 1982, iniciou o mestrado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), o atual Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ, com a dissertação "O Movimento de Favelados do Rio de Janeiro: Políticas do Estado e Lutas Sociais".[2]

Ainda na elaboração de sua dissertação, ingressou, em 1987, como pesquisadora na Casa de Oswaldo Cruz (COC),[3] cuja missão é a pesquisa histórica sobre as ciências e a saúde e como elas são fundamentais para a reflexão crítica sobre a sociedade brasileira. Em 1992, deu início ao doutorado, também na IUPERJ. Defendida, em 1997, a tese ganhou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no IUPERJ e foi publicada em livro pela editora da instituição, com uma segunda edição publicada pela Hucitec, em 2013.[1][2]

Foi chefe do departamento de pesquisa da COC (1989–1991), vice-diretora (1992–1994) e diretora da unidade entre 1998 e 2005. Foi membro da equipe de elaboração do projeto do Museu da Vida, inaugurado, em 1999. Em 2000, recebeu a Medalha do Centenário da Fundação Oswaldo Cruz. Como diretora da COC criou o Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS), em 2000.[2][4]

Primeira mulher a comandar a Fiocruz em 120 anos de história da instituição, assumiu a direção da instituição em 4 de janeiro de 2017, tendo sido a mais votada na eleição interna.[5][6][7]

Atuação na pandemia

Durante sua gestão, liderou as ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Brasil. Dentre as iniciativas, estãoː a criação um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos; coordenação no país do ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS); aumento da capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organização de ações emergenciais junto a populações vulneráveis; oferta de cursos virtuais, para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de COVID-19; lançamento de manual de biossegurança em escolas; e a Fiocruz tornou-se laboratório de referência para a OMS em COVID-19 nas Américas.[8]

Foi responsável pela criação do Observatório COVID-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.

Coordenou o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais, para a realização dos testes clínicos, registro sanitário e a produção de milhões de doses da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca-Oxford no Brasil.

Em 11 de janeiro de 2021, foi reconduzida ao cargo de presidente da Fiocruz, após ter sido votada em eleição interna, na qual recebeu 87 por cento dos votos válidos.[9]

Em 1 de setembro de 2021, foi condecorada com o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra (Ordre National de la Légion d'Honneur), da França, em reconhecimento à atuação da presidente da Fundação nas áreas da Ciência e da Saúde, em particular pelas ações da instituição no enfrentamento da pandemia de COVID-19.[10]

Ministério da Saúde

Em 22 de dezembro de 2022, foi anunciada, pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, para ocupar o cargo de ministra da Saúde, a partir de 1 de janeiro de 2023. Será também, desta forma, a primeira mulher a ocupar o cargo na história do Ministério.[11]

Referências

  1. a b «Nísia Verônica Trindade Lima». Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/UERJ). Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  2. a b c d «Nísia Trindade Lima» (PDF). Fiocruz. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  3. «Nísia Trindade Lima». Casa de Oswaldo Cruz. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  4. «Nísia Trindade Lima, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, faz a abertura do Ciclo de Conferências "O que falta ao Brasil?"». Academia Brasileira de Letras (ABL). 24 de julho de 2019. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  5. «Nísia Trindade Lima é a nova presidente da Fiocruz». Sociedade de Medicina e Cirurgia. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  6. «Nísia Trindade Lima é a nova presidente da Fiocruz». Fiocruz. 4 de janeiro de 2017. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  7. «Nísia Trindade Lima: a mais votada nas eleições para presidente da Fiocruz». História, Ciências, Saúde - Manguinhos. Novembro de 2016. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  8. «Nísia Trindade Lima: conheça a trajetória da presidente da Fiocruz». Fiocruz. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  9. Oliveira, Mayara (11 de janeiro de 2021). «Planalto reconduz Nísia Trindade Lima para continuar à frente da Fiocruz». Metrópoles. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  10. «Presidente da Fiocruz recebe a Legião de Honra da França». Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD). Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  11. Ferreira, Paula (22 de dezembro de 2022). «Quem é Nísia Trindade, escolhida por Lula para comandar o Ministério da Saúde». O Globo. Consultado em 22 de dezembro de 2022 

Em formação

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