Martha Rocha | |
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Rocha no concurso Miss Universo 1954 | |
Nome completo | Maria Martha Hacker Rocha |
Nascimento | 19 de setembro de 1936 Salvador, BA |
Morte | 4 de julho de 2020 (83 anos) Niterói, RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Prêmios | Miss Brasil (1954) |
Maria Martha Hacker Rocha[1] (Salvador, 19 de setembro de 1936 — Niterói, 4 de julho de 2020) foi uma rainha da beleza que foi eleita a primeira Miss Brasil em 1954.
Aos 18 anos, participou do Miss Bahia, vencendo o concurso. Em 26 de junho de 1954, foi eleita Miss Brasil, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Em julho de 1954, logo depois de chegar aos Estados Unidos, tornou-se a favorita nas casas de apostas para vencer o Miss Universo. No entanto, Martha ficou em 2º lugar, perdendo para a americana Miriam Stevenson.
De volta ao Brasil, tornou-se referência nacional de beleza e alcançou a fama. Segundo texto no Clic RBS em 2014, "o ideal de beleza consolidado pela baiana seguiria influenciando gerações e gerações de mulheres pelas décadas seguintes".[2]
Filha da paranaense Hansa Hacker Rocha com o professor e engenheiro baiano Álvaro Pereira Rocha, casou-se cedo com o banqueiro português Álvaro Piano e com ele teve dois filhos: Álvaro Luis e Carlos Alberto. Pouco depois, seu marido faleceu em um acidente de avião. Voltou ao Brasil com 23 anos, e em 1961 casou-se com Ronaldo Xavier de Lima, com quem teve uma filha, a artista plástica Claudia Xavier de Lima.
Em 1995 perdeu todo dinheiro para o cunhado Jorge Piano. Sobre isto escreve em seu Facebook em 2019: "Em 1995, com a fuga de Jorge Piano com todo o meu dinheiro, superei meus problemas com suporte de meus dois filhos, duas amigas e o meu trabalho honrado, vendendo os quadros pintados por mim, e ganhando cachê para divulgar o concurso Miss Brasil.".[3]
Em 2015, segundo o colunista Ancelmo Gois, ela havia entrado com uma ação judicial contra a filha, Claudia Xavier de Lima por "viver na miséria depois de perder suas economias".[4]
Em março de 2019, revelou em seu Facebook que por questões financeiras, estava vivendo num lar de idosos.[5]
Martha teve uma agenda agitada como Miss Brasil. Em 1955 visitou o Rio Grande do Sul, mais precisamente a cidade de Caxias do Sul. "A jovem de 19 anos cumpriu uma concorrida agenda festiva e turística durante três dias: 21, 22 e 23 de maio de 1955", escreveu o Clic RBS na sua seção Memórias em agosto de 2014.[6]
"Vaidosa ao extremo, a miss veio escoltada por uma secretária particular e uma cabeleireira, que costumavam acompanhá-la em todas as visitas pelo país", diz também a matéria.
A história das duas polegadas foi uma invenção do jornalista João Martins, da revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro,[7] para consolar o orgulho brasileiro. Tudo foi combinado com os demais jornalistas brasileiros que estavam em Long Beach. A própria Martha autorizou a versão, conforme consta em sua autobiografia.[8] Segundo Martha, nem ela soube se essa história das duas polegadas foi verdade mesmo.[9][10] "Nos Estados Unidos, nunca ninguém me tirou as medidas", disse em sua biografia.
Em dezembro de 2015, o colunista Ancelmo Gois reviveu na coluna Retratos da Vida, de O Globo, a história das duas polegadas, relembrando que em 1955 Pedro Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato lançaram uma marchinha de Carnaval onde se cantava: “Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra trás/Por duas polegadas, e logo nos quadris/Tem dó, tem dó, seu juiz!”.
A partir de 1996, passou a aparecer em júris de concursos de beleza se tornando a primeira miss a cobrar cachê para tanto. Em uma entrevista publicada em abril de 2006 pela revista Isto É, Martha explicou que era uma necessidade, pois no ano anterior perdera todo o dinheiro que tinha com a falência de uma instituição financeira (a Casa Piano) comandada à época por um de seus familiares no Rio de Janeiro.
Em 2000, descobriu ser portadora de câncer de mama após assistir a uma reportagem televisiva sobre mutirões de saúde que promoviam o autoexame. A partir daí, Martha passou a ter outro estilo de vida. Nessa época, mudou-se do Rio para Volta Redonda.
Em 2004, Martha foi homenageada com uma exposição itinerante de fotos de sua trajetória como Miss Brasil. Nesse ano, o concurso chegava ao seu 50º aniversário.
Morreu em 4 de julho de 2020 após uma insuficiência respiratória seguida de um infarto. Seu sepultamento foi realizado no dia seguinte, 5 de julho, no Cemitério no Santíssimo Sacramento, em Niterói.[11] Segundo um dos seus filhos, ela estava em um estado debilitado há bastante tempo e morreu de forma relativamente tranquila.[12]
Em sua homenagem foi criado, por exemplo, o bolo ou a torta "Martha Rocha".[13] A receita foi criação de Dona Dair da Costa Terzado, proprietária da Confeitaria das Famílias, de Curitiba.
Precedido por - |
Miss Brasil 1954 |
Sucedido por Emília Barreto |
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