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Mangue Beat | |
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Caranguejo da Rua da Aurora, no Recife. O caranguejo é tido como símbolo do Manguebeat. | |
Origens estilísticas | |
Contexto cultural | Início da década de 1990 no Recife (Brasil) |
Instrumentos típicos | Guitarra, Baixo, Bateria, instrumentos de percussão (Alfaia, caixa, etc.), Sampler |
Formas regionais | |
Pernambuco, Brasil |
Manguebeat (também grafado como manguebit ou mangue beat)[1] é um movimento e contracultura surgido no Brasil a partir de 1991 em Recife, Pernambuco, que mistura ritmos regionais, como o maracatu, com rock, hip hop,[2] funk e música eletrônica.[3] O movimento tem como principais características nas letras, críticas ao abandono econômico-social do mangue, da desigualdade de Recife (sendo apenas um reflexo do descaso do Estado fora do eixo Rio-São Paulo.)
Sendo o caranguejo forma de vida típica dos manguezais, que é capturado e vendido por trabalhadores da região, tornou-se o símbolo do movimento Manguebeat.
O termo “manguebeat” vem da junção da palavra "mangue" (manguezal), um ecossistema típico da costa do Nordeste brasileiro, com a palavra "beat", do inglês, que significa batida.
Apesar do estilo ter bases já na década de 1970 com o guitarrista Robertinho do Recife com os álbuns "Jardim da Infância" (1977), "Robertinho no Passo" (1978) e "E Agora pra Vocês... Suingues Tropicais" (1979), os principais idealizadores do movimento manguebeat foram Chico Science, Fred 04, Renato L, Mabuse e Héder Aragão, que idealizaram o rótulo manguebeat, divulgando ideias, ritmos e contestações.[4] Seguidos por artistas como: Jorge du Peixe, Pupilo, Lúcio Maia, Toca Ogan, Gilmar Bola 8, Gustavo da Lua, Otto, entre outros.[4]
O objetivo do movimento surgiu de uma metáfora idealizada por Fred 04 (vocalista da banda Mundo Livre S/A), ao trabalhar em vídeos ecológicos. Como o ecossistema manguezal é chave na biodiversidade global,[5] sendo o autor do primeiro manifesto do manguebeat em 1992, intitulado "Caranguejos com cérebro", mas o movimento tem como ícone o músico Chico Science (falecido vocalista da banda Nação Zumbi).
O Manguebeat precisava formar uma cena musical tão rica e diversificada como os manguezais. Devido a principal bandeira do movimento ser a diversidade, a agitação na música contaminou outras formas de expressão culturais como o cinema, a moda e as artes plásticas. Influenciando muitas bandas do Brasil, principalmente em Pernambuco. Com o surgimento de várias bandas no cenário local, gravadoras como Sony, Virgin e outras em destaque, deram início a uma contratação dessas bandas.
Notáveis bandas do gênero Manguebeat incluem Mundo Livre S/A, Chico Science & Nação Zumbi, Sheik Tosado, Mestre Ambrósio, DJ Dolores, Comadre Fulozinha, Jorge Cabeleira e o Dia em que Seremos Todos Inúteis, Eddie, Via Sat e Querosene Jacaré.
João Freire Filho, Paulo Vaz (2006). Construções do tempo e do outro : representações e discursos midiáticos sobre a alteridade 1 ed. Rio de Janeiro: Mauad X. OCLC 123474531
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