الجمهورية اللبنانية (Al-Jumhūrīyyah al-Lubnānīyyah) República do Líbano | |
Hino nacional: النشيد الوطني اللبناني (Koullouna Lilouataan Lil Oula Lil Alam - "Todos pela Pátria, a Glória, a Bandeira") | |
Gentílico: libanês(a) | |
Capital | Beirute |
Cidade mais populosa | Beirute |
Língua oficial | Árabe[1] |
Governo | República parlamentarista unitária[2] |
- Presidente | Michel Aoun |
- Primeiro-ministro | Hassan Diab |
- Presidente do Parlamento | Nabih Berri |
Independência | da França |
- Declarada | 26 de novembro de 1941 |
- Reconhecida | 22 de novembro de 1943 |
Área | |
- Total | 10 400 km² (161.º) |
- Água (%) | 1,6 |
Fronteira | Síria (N e E) e Israel (S)[3] |
População | |
- Estimativa para 2018 | 6 859 408[4] hab. (109.º) |
- Densidade | 560 hab./km² (21.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2019 |
- Total | US$ 91 bilhões*[5] (66.º) |
- Per capita | US$ 15 049[5] (67.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2019 |
- Total | US$ 58 bilhões*[5] (82.º) |
- Per capita | US$ 9 655[5] (67.º) |
IDH (2019) | 0,744 (92.º) – alto[6] |
Moeda | Libra libanesa (LBP )
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Fuso horário | (UTC+2) |
- Verão (DST) | (UTC+3) |
Clima | Mediterrânico |
Org. internacionais | ONU, OMC, OCI, Liga Árabe, Francofonia |
Cód. ISO | LBN |
Cód. Internet | .lb |
Cód. telef. | +961
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Website governamental | http://www.dawlati.gov.lb/ |
1 O idioma oficial é o árabe, e o francês é utilizado na justiça, em casos especiais, conforme ao artigo 11.º da constituição. Ao lado do francês o inglês é amplamente difundido entre a população. Também há comunidades menores de falantes de castelhano, italiano, alemão e português (no vale do Beqaa), entre outros.[7] |
Líbano (em árabe: لبنان; romaniz.: Lubnān, pronúncia em árabe libanês: [lɪbˈneːn]; em francês: Liban, pronunciado: [libɑ̃]; em aramaico: ܠܒܢܢ), oficialmente República do Líbano[nota 1] (em árabe: اَلْجُمْهُورِيَّة اَللُّبْنَانِيَّة Al-Jumhūrīyah Al-Loubnānīyah, pronunciado: [elˈʒʊmhuːɾɪjje l.ˈlɪbneːnɪjje]) é um país localizado na extremidade leste do mar Mediterrâneo, na Ásia Ocidental, numa região que faz ligação entre esse continente e a Europa. Faz fronteira com a Síria ao norte e a leste e com Israel ao sul e a oeste.[3] No cruzamento da bacia do Mediterrâneo, o Líbano é uma das regiões de antigas civilizações, como fenícios, assírios, persas, gregos, bizantinos e turcos otomanos, sendo que sua rica história formou a identidade cultural única em diversidade étnica e religiosa do país.[8]
Os primeiros indícios de civilização no Líbano remontam há mais de 7 000 anos de história registrada.[9] O Líbano foi o local de origem dos fenícios, uma cultura marítima que floresceu durante quase 2 500 anos (3 000−539 a.C.). Após o colapso do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial, as cinco províncias que compõem o Líbano moderno ficaram sob mandato da França. O Líbano estabeleceu um sistema político único em 1942, conhecido como confessionalismo, um mecanismo de partilha de poder com base em comunidades religiosas.[10] Foi criado quando os franceses expandiram as fronteiras do monte Líbano, que era maioritariamente habitado por católicos maronitas e drusos, para incluir mais muçulmanos. O país ganhou a independência em 1943, e as tropas francesas se retiraram em 1946.
Antes da Guerra Civil Libanesa (1975-1990), o país vivia um período de relativa calma e prosperidade, impulsionada pelo turismo, agricultura e serviços bancários.[11] Por causa de seu poder financeiro e diversidade, o Líbano era conhecido em seu auge como o "Suíça do Oriente".[12] O país atraiu um grande número de turistas,[13] tal que a capital Beirute era referida como "Paris do Oriente Médio". No final da guerra, houve grandes esforços para reanimar a economia e reconstruir a infra-estrutura do país.[14]
Até julho de 2006, o Líbano desfrutou de uma estabilidade considerável, a reconstrução de Beirute estava praticamente concluída[15] e um número crescente de turistas se hospedavam nos resorts do país.[13] Em seguida, a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah causou a morte de civis e significativos danos na infraestrutura civil do Líbano. O conflito durou de 12 de julho daquele ano até um cessar-fogo patrocinado pela ONU em 14 de agosto.[16]
No dia 4 de agosto de 2020, Beirute foi fortemente abalada por duas fortes explosões que provocaram mais de 100 mortos e milhares de feridos. Na origem das explosões estiveram 2 750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas num depósito do porto de Beirute.[17]
O nome Líbano origina-se do semítico lbn (لبن), que significa "branco", provavelmente uma referência à neve que cobre o monte Líbano.[18]
Ocorrências do nome foram encontrados em diferentes textos da biblioteca de Ebla (que data do terceiro milênio a.C.),[19] cerca de 70 vezes na Bíblia hebraica e em três das doze tábuas da Epopeia de Gilgamesh (escrito em 2100 a.C.).[20] O nome é registrado no Antigo Egito como Rmnn.[21]
O Líbano é um país do oeste asiático situado no extremo leste do mar Mediterrâneo, limitado ao norte e a leste pela Síria, ao sul por Israel, situado na região do Crescente Fértil, onde surgiram as primeiras grandes civilizações. É, junto com a Síria, uma das pátrias históricas dos fenícios, negociantes semitas da Antiguidade, cuja cultura marítima floresceu na região durante mais de 2 000 anos e que criaram o primeiro alfabeto, do qual saíram todos os demais, tanto semíticos como indo-europeus.
Foram os fenícios que fundaram Cartago, a maior rival de Roma na Antiguidade. Outras cidades importantes eram: Tiro, Sídon, Biblos e Arvad que mantiveram sua importância durante o domínio romano. Com a conquista de Alexandre Magno em 332 a.C., a região ficou integrada na civilização helenística. Seguiu-se a dominação do Egipto ptolemaico, que por sua vez foi seguida pela dominação do Império Selêucida.
No século I a.C., o Líbano passou a fazer parte do Império Romano e, em seguida do Império Bizantino (Fenícia romana), época em que o cristianismo se espalhou pela região. A conquista árabe do século VII introduziu a atual língua do país, o árabe, bem como a religião islâmica. Durante a Idade Média o território que hoje é o Líbano esteve envolvido nas cruzadas quando então foi disputado pelo Ocidente cristão e pelos árabes muçulmanos. No século XII, o sul do Líbano esteve integrado no Reino Latino de Jerusalém.
A região do atual Líbano foi ocupada pelos turcos do Império Otomano em 1516. Entre o fim do século XIX e o início do XX, grandes quantidades de libaneses de diferentes etnias e religiões fugiram de conflitos bélicos e perseguições religiosas. Muitos migraram para a América, estabelecendo-se em países como os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil (ver Imigração árabe no Brasil).
O fim da Primeira Guerra Mundial trouxe consigo o fim do Império Otomano e a ocupação da Mesopotâmia e da Palestina pelas tropas francesas e britânicas. Reconhecida a importância que o petróleo teve durante a guerra, as potências ocupantes decidiram controlar todo este vasto território e impedir o acesso alemão aos poços de petróleo de Quircuque.[22]
As divisões previamente estipuladas pelo Acordo Sykes-Picot elaborado ainda em tempo de guerra foram alteradas em San Remo. O Líbano foi colocado sob mandato francês, confirmado pela Sociedade das Nações em 1922. A República Libanesa foi criada em 1926. Durante a Segunda Guerra Mundial, o país foi ocupado (1941-1945) pelas forças da França apoiadas pelo Reino Unido.
A independência foi conquistada em 1943, sendo o país considerado, sob o ponto de vista financeiro, a "Suíça do Oriente". Por ali eram feitas grandes negociações de petróleo. Sob o ponto de vista turístico, era comparado ao Mónaco do Oriente; possuía casinos e hotéis de luxo, porém, disputas crescentes entre cristãos e muçulmanos, exacerbadas pela presença de refugiados palestinos, minaram a estabilidade da república. A hostilidade entre os grupos cristãos e muçulmanos levou a uma guerra civil e a ocupação militar pela Síria em 1976, com apoio dos EUA e de Israel. As atividades da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), levaram à invasão e ocupação israelense (1978), da parte sul do Líbano. Uma força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) tentou sem sucesso estabelecer uma zona intermediária. Em 1982, Israel promoveu uma segunda grande invasão militar que provocou a saída de palestinos. As forças de paz da ONU retornaram aquela região quando houve o massacre de civis palestinos em Sabra e Chatila, realizado por falangistas do Kataeb, como vingança pelo assassínio do presidente e líder do partido Bachir Gemayel, supostamente cometido por guerrilheiros palestinos. Embora Israel não tenha participado no massacre, vários jornalistas presentes nos campos afirmam que o exército israelense não podia ter deixado de saber o que se passava nos campos de refugiados.[23] A Síria interveio novamente em 1987 para acabar com a luta entre as forças muçulmanas aliadas. Israel criou o Exército do Sul do Líbano, em 1982, e ocorreram cerca de vinte invasões aéreas israelitas durante o ano de 1988.
No mesmo ano, o comando libanês cindiu-se com o fim do mandato de Amin Gemayel, irmão de Bachir, e o país passou a ter dois primeiros-ministros (o sunita Selim Hoss, que era o primeiro-ministro de fato e de direito de acordo com a Constituição, e o general cristão Michel Aoun, indicado por Gemayel) e nenhum presidente. Em 1989,[24][23] foi negociado um acordo na Arábia Saudita (Acordo de Taif), segundo o qual o domínio maronita no comando deveria ser reduzido. Apesar da relutância, uma frágil paz foi estabelecida sob a protecção da Síria que foi formalizada por um tratado em 1991. A tensão no sul do país continuou, com os contra-ataques guerrilheiros do Hezbollah, apoiados pelo Irã e pela resistência laica árabe (palestinos, comunistas libaneses e palestinos e pan-sirianistas), contra a ocupação deste território libanês pelo exército israelense e pelo ESL.
Em 1996, agressões israelenses provocaram a intervenção dos Estados Unidos e da França. Com a participação da Síria, do Líbano e de Israel, foi aberta uma negociação que ficou conhecida como "entendimento de abril" que reconheceu o direito de resistência contra a ocupação do exército israelita e a milícia pró-israelita chamada Exército do Sul do Líbano, com as devidas salvaguardas da população civil e da infraestrutura do país.
A resistência libanesa obedeceu ao "entendimento de abril" não violando os seus termos. O que tem ocorrido desde então são ações de legítima defesa da resistência libanesa contra a ocupação que causaram o descontrole do exército israelita, o qual começou a perpetuar ataques contra o Líbano, como os do dia 8 de fevereiro de 2000. Finalmente, em maio de 2000, Israel, sob pressão da resistência, se retirou de grande parte do sul do Líbano. A retirada foi repentina para provocar uma guerra civil em pequena escala. Entretanto, os libaneses reclamam da ocupação israelense das Fazendas de Chebaa, região contínua às colinas do Golã. [carece de fontes]
Após a retirada israelense em 2000, surgiram pressões para a retirada das tropas sírias do país.[25] O ditador sírio, Bashar al-Assad, filho e sucessor de Hafez al-Assad, que entrou no poder em 2001, iniciou a retirada de alguns contingentes sírios no mesmo ano, reduzindo o número de efetivos de 30 mil para 15 mil soldados. Com a nova administração de George W. Bush, iniciada em 2001, e seu projeto neo-conservador, os americanos deixaram de apoiar a presença síria no Líbano. Depois das resoluções da ONU que se imiscuíram na política interna do Líbano e o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, em 14 de fevereiro de 2005, um fervor nacional percorreu o Líbano, com milhares de pessoas nas ruas exigindo a total retirada das tropas sírias, o que ocorreria a 27 de abril de 2005. Este movimento patriótico ficou conhecido por Revolução dos Cedros e teve a colaboração mais ou menos ativa de todas as confissões religiosas.[26]
No verão de 2006 e depois da captura de dois soldados israelitas pelo Hezbollah, Israel bombardeia todo o país, destruindo a sua infraestrutura, e causando milhares de vítimas, partido depois para uma invasão terrestre, condenada a nível internacional. Esta última invasão israelita deixou sequelas na frágil coligação governamental, com os ministros ligados ao Hezbollah a abandonar o governo de unidade nacional presidido pela coligação pro-ocidental "14 de março".[27]
Durante o ano de 2007 assistiu-se a um deteriorar das relações entre ambos os blocos que se traduziu na impossibilidade da eleição de um novo Presidente da República após o fim do poder do Presidente pró-sírio Émil Lahoud a 22 de novembro de 2007. A tensão entre o movimento pró-sírio e o movimento pró-ocidental culminou na investida do Hezbollah contra o partido do primeiro-ministro Fouad Siniora e seus aliados, que implicou uma invasão armada da cidade de Beirute em maio de 2007. Após uma ronda de conversações de paz no Qatar, as partes acordaram na formação de um novo comando e na por no poder um novo Presidente, o general Michel Suleiman.[28]
O país possui um território de 10 452 quilômetros quadrados, dos quais 10 230 quilômetros quadrados são em terra. O Líbano tem um litoral de 225 km ao longo do mar Mediterrâneo a oeste, uma fronteira de 375 km que compartilha com a Síria ao norte e oeste, além de uma fronteira de 79 km de comprimento com Israel ao sul.[29] A fronteira ocupada por Israel nas colinas de Golã é disputada pelo Líbano em uma pequena área chamada Fazendas de Shebaa.[30]
As montanhas do Líbano são drenadas por córregos sazonais e rios, sendo que o mais importante é o rio Litani, com 145 quilômetros, que sobe no vale do Beqaa ao oeste de Balbeque e deságua no mar Mediterrâneo ao norte de Tiro.[29] O Líbano 16 rios, que não são navegáveis; 13 rios nascem na face oeste das partes altas do país e correm através de desfiladeiros íngremes e para o mar Mediterrâneo, os outros três surgem no Vale do Beca.[31]
Alguns dos fenômenos que atualmente atingem o meio-ambiente são erosão do solo, desertificação, poluição do ar devido ao tráfego de automóveis em Beirute e devido à queima de resíduos industriais, poluição de águas costeiras. Alguns dos acordos internacionais que Líbano assinou incluem o da biodiversidade, da mudança climática, desertificação, resíduos tóxicos, lei do mar, proteção da camada de ozônio e poluição marítima.
O Líbano é o mais florestado dos países mediterrâneos. Cresce nas montanhas várias árvores da espécie azinheiras, além de vários tipos de coníferas e, cada vez mais raras, o cedro-do-líbano. Muitas árvores frutíferas crescem nas costas.[32]
O Líbano tem um clima mediterrâneo moderado. Nas zonas costeiras, os invernos são geralmente frios e chuvosos, enquanto os verões são quentes e secos. Nas áreas mais elevadas, as temperaturas costumam cair abaixo de zero durante o inverno com cobertura de neve pesada que permanece até o início do verão no topo das montanhas mais altas.[29][33] Embora a maior parte do país receba uma quantidade relativamente grande de chuvas, quando medido em comparação ao ano ao seu entorno árido, algumas áreas no nordeste do Líbano tem baixos índices pluviométricos por conta dos altos picos da cordilheira ocidental, que impendem a chegada das chuvas.[34]
A população do Líbano é composta por diversos grupos étnicos e religiosos: muçulmanos (xiitas e sunitas), cristãos (maronitas, ortodoxos gregos, melquitas greco-católicos, católicos romanos, protestantes) e outros cristãos (armênios, coptas, caldeas, assírios) e outras, incluindo as seitas alauíta e drusa, e uma pequena comunidade judaica.
No total o estado reconhece a existência de dezoito comunidades religiosas. Cerca de 59,7% dos libaneses são muçulmanos e 39% cristãos (divididos por entre os grupos enunciados).[35]
A população total do Líbano é estimada em 6,9 milhões de pessoas, em 2018; contudo, não há registros oficiais feitos desde 1932 devido a questões políticas de cunho religioso e sectário.[36] No tocante à estrutura etária 66% da população tem entre 15 e 64 anos, com uma esperança de vida situada nos 70 anos para os homens e nos 75 anos para as mulheres. A população distribui-se principalmente pelas cidades do litoral (32% em Beirute e na sua periferia) e 20% na província do Líbano Norte.
O artigo 11 da Constituição do Líbano afirma que o árabe é a língua oficial nacional. A lei determina casos em que a língua francesa deve ser usada.[37] A maioria dos libaneses fala o árabe libanês, enquanto idioma árabe moderno padrão é usado principalmente em revistas, jornais e meios de transmissão formais. A Língua de Sinais Libanesa é a língua da comunidade surda do país. Quase 40% dos libaneses são considerados francófonos e outros 15% "francófonos parciais", além de 70% das escolas secundárias do Líbano usarem o francês como segunda língua de instrução.[38] Em comparação, o inglês é usado como uma língua secundária em 30% das escolas secundárias do país.[38] O uso do francês é um legado de laços históricos da França na região, como o Mandato da Sociedade das Nações sobre o Líbano e comandado por franceses após a Primeira Guerra Mundial; em 2004, cerca de 20% da população usava o francês diariamente.[39] O uso do árabe por jovens educados no Líbano está em declínio, visto que eles preferem falar em francês e inglês.[40][41]
O inglês é cada vez mais usado nas ciências e e interações econômicas.[42] Em 2007 a presença do inglês no Líbano aumentou.[43] Os cidadãos libaneses de ascendência armênia, grega ou curda muitas vezes falam em armênio, grego ou curdo, com diferentes graus de fluência. Em 2009, havia cerca de 150 mil armênios no Líbano, ou cerca de 5% da população.[44]
O Líbano é o país com a maior diversidade religiosa no Oriente Médio.[45] Em 2014, o CIA World Factbook estimou que a população libanesa era composta por 54% de muçulmanos (27% islamismo xiita e 27% sunita), 40,4% de cristãos (inclui 21% católicos maronitas, 8% ortodoxos gregos, 5% greco-católicos, 1% protestante e 5,5% outros cristãos), 5,6% de drusos, além de um número muito pequeno de judeus, bahá'ís, budistas e hindus.[46] Um estudo realizado pelo governo libanês e com base em números de registo dos eleitores mostra que, até 2011, a população cristã estava estável comparada com a de anos anteriores, perfazendo 34,35% da população; muçulmanos e drusos eram 65,47% da população.[47]
Acredita-se que houve um declínio na proporção de cristãos em relação aos muçulmanos ao longo dos últimos 60 anos, devido a taxas de emigração mais elevadas de cristãos e a uma maior taxa de natalidade da população muçulmana.[48] Quando o último censo foi realizado em 1932, os cristãos formavam 53% da população do Líbano. Em 1956, estima-se que a população era formada por 54% cristãos e 44% muçulmanos.[49]
Um estudo demográfico realizado pela empresa de pesquisa Statistics Lebanon constatou que aproximadamente 27% da população era sunita, 27% xiita, 21% maronita, 8% ortodoxa grega, 5% drusa e 5% católica-grega, sendo os restantes 7%, em sua maioria, pertencentes a denominações cristãs menores.[48]
Líbano http://www.geonames.org/LB/largest-cities-in-lebanon.html | Cidades mais populosas do |||||||||||
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Beirute Trípoli | |||||||||||
Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||||||
1 | Beirute | Beirute | 1 916 100 | ||||||||
2 | Trípoli | Setentrional | 730 000 | ||||||||
3 | Sidom | Meridional | 463 554 | ||||||||
4 | Tiro | Meridional | 60 204 | ||||||||
5 | Nabatia | Nabatia | 50 000 | ||||||||
6 | Zahle | Beca | 45 000 | ||||||||
7 | Jounieh | Monte Líbano | 35 500 | ||||||||
8 | Batroun | Monte Líbano | 35 312 | ||||||||
9 | Habboûch | Nabatia | 28 433 | ||||||||
10 | Balbeque | Beca | 10 392 |
O Líbano é uma democracia parlamentar regida pela constituição de 23 de maio de 1926, que foi alvo de várias emendas, a mais importante das quais ocorreu em 1989. Esta constituição consagra a divisão do poder em três ramos, o executivo, legislativo e judicial. Segundo a lei, os cargos de presidente, primeiro-ministro e porta-voz do parlamento devem ser ocupados respectivamente por um cristão maronita, por um muçulmano sunita e por um muçulmano xiita.
O poder executivo recai sobre o presidente da República Libanesa, que nomeia para tal função o primeiro-ministro e o resto do Gabinete, nos quais exercem dita função, reservando-se ao Presidente da República amplas competências. A Assembleia Nacional elege o presidente por períodos de seis anos.[50] O atual presidente do Líbano é Michel Aoun (desde 31 de outubro de 2016) e o primeiro-ministro é Mustapha Adib (desde 31 de agosto de 2020). O Líbano estava sem presidente desde novembro de 2007, por causa de um impasse entre a situação, que apoia os governos ocidentais, e a oposição, liderada pelo grupo xiita Hezbollah – que tem o apoio da Síria.
O poder legislativo é exercido pela Assembleia Nacional (em árabe: Majlis Alnuwab; em francês: Assemblee Nationale) composta por 128 membros eleitos por sufrágio universal para um poder de quatro anos.[50] A assembleia de representantes é multirreligiosa. As últimas eleições para a assembleia tiveram lugar em maio e junho de 2005. O voto é obrigatório para todos os homens a partir dos vinte e um anos de idade, sendo permitido votar às mulheres a partir da mesma idade.[51]
De acordo com as leis islâmicas que imperam no Líbano, em um casamento, o pai é quem tem poder sobre a esposa e os filhos. Mesmo em caso de desaparecimento do pai, quem fica responsável pelo filho não é a mãe, é a família do pai.[carece de fontes]
Os trabalhadores domésticos no Líbano, principalmente mulheres na faixa dos 20-30 anos provenientes da Etiópia, Nigéria, Sri Lanka e Filipinas, são frequentemente obrigados a trabalhar longas horas, são abusados e não pagos.[52] Uma série de alegados suicídios por empregadas domésticas algumas semanas antes de Dezembro de 2009, ao enforcarem-se ou ao caírem das varandas, chamou a atenção internacional da CNN.[53] O sistema kafala não permite que os trabalhadores estrangeiros abandonem o país sem a autorização dos seus empregadores. Algumas mulheres são vendidas como escravas, segundo relatos.[52] O abuso enfrentado pelos trabalhadores domésticos migrantes é um problema comum em todo o Médio Oriente árabe, tanto devido a uma regulamentação laboral deficiente como devido a preconceitos culturais.[53]
As Forças Armadas Libanesas (FAL) tem 72 mil soldados ativos,[54] incluindo 1 100 na força aérea e 1 000 na marinha.[55]
As principais missões das forças armadas libanesas incluem defender o Líbano e os seus cidadãos contra a agressão externa, a manutenção da estabilidade interna e de segurança, confrontando as ameaças contra os interesses vitais do país, engajando-se em atividades de desenvolvimento social, e realizar operações de socorro, em coordenação com as instituições públicas e humanitárias.[56]
O Líbano é um grande receptor de ajuda militar estrangeira.[57] Com 400 000 mil dólares, desde 2005, é o segundo maior receptor de ajuda militar per capita dos Estados Unidos, depois de Israel.[58]
O Líbano divide-se em oito províncias (árabe: muhafazat; singular muhafazah), que são subdivididos em 26 distritos (aqdyah, em árabe: أقضية; singular qadāem ضاء). Os próprios distritos também são divididos em vários municípios, cada um incluindo um grupo de cidades ou vilas. Beirute é a menor de todas em extensão (19,8 km² e que tem como capital a própria cidade de Beirute), mas que é a mais populosa, industrializada e rica de todo o país, além de ser centro financeiro e turístico de todo o Oriente Médio. Duas novas províncias, chamadas Aakkâr e Baalbek-Hermel, foram criadas em 2007.[59]
As oito províncias e as respectivas capitais são:
A economia do Líbano segue um modelo laissez-faire.[60] A maior parte da economia está dolarizada e o país não tem restrições à circulação de capitais através de suas fronteiras.[60] A intervenção do governo libanês no comércio exterior é mínima.[60]
A nação tem um nível muito elevado de dívida pública e grandes necessidades de financiamento externo.[60] A dívida pública em 2010 ultrapassou 150,7% do PIB, ocupando o quarto lugar mais alto do mundo em termos de percentagem do PIB, embora abaixo dos 154,8% registrados em 2009.[61]
A população urbana do país é conhecida pela seu empreendedorismo comercial.[62] A emigração rendeu "redes comerciais" libanesas por todo o mundo.[63] As remessas dos libaneses no exterior totalizam 8,2 bilhões dólares[64] e são responsáveis por um quinto da economia do país.[65] O Líbano tem a maior proporção de mão de obra qualificada do mundo árabe.[66]
O setor agrícola emprega 12% da força de trabalho total.[67] A agricultura contribuiu para 5,9% do PIB do país em 2011.[68] A proporção de terras cultiváveis do país é a mais alta no mundo árabe,[69] Os principais produtos agrícolas do país incluem maçãs, pêssegos, laranjas e limões.[70]
O mercado de commodities no Líbano inclui uma produção substancial de moedas de ouro, que, de acordo com as normas da Associação Internacional de Transportes Aéreos, que deve ser declarada quando for exportada para qualquer país estrangeiro.[71] O petróleo tem sido descoberto recentemente no interior e no fundo do mar entre o Líbano, Chipre, Israel e Egito e negociações estão em curso entre Chipre e Egito para chegar a um acordo sobre a exploração desses recursos. Acredita-se que o fundo do mar que separa o Líbano do Chipre contenha quantidades significativas de petróleo bruto e gás natural.[72]
A indústria no Líbano é principalmente limitada a pequenas empresas que remontam e empacotam peças importadas. Em 2004, a indústria ficou em segundo lugar no mercado de trabalho, com 26% da população ativa do país[67] e em segundo lugar na contribuição do PIB (21%).[70]
A indústria do turismo é responsável por cerca de 10% do PIB do país.[73] O Líbano conseguiu atrair cerca de 1,3 milhão de turistas em 2008, assim colocando-a como 79ª posição entre 191 países.[74] Em 2009, o The New York Times classificou a cidade de Beirute como um importante destino de viagem em todo o mundo devido a sua vida noturna e hospitalidade.[75]
Em janeiro de 2010, o Ministério do Turismo anunciou que 1 851 081 turistas visitaram o Líbano em 2009, um aumento de 39% em relação a 2008.[76] Em 2009, o Líbano recebeu o maior número de turistas até o momento, superando o recorde anterior, estabelecido antes da Guerra Civil Libanesa.[77] As chegadas de turistas chegou a 2 milhões em 2010, mas caiu de 37% para os primeiros 10 meses de 2012, uma queda causada pela guerra civil na vizinha Síria.[73]
Arábia Saudita, Jordânia e Japão são os três países de origem da maior parte dos turistas estrangeiros no Líbano.[78] O recente afluxo de turistas japoneses é, provavelmente, a razão para o recente aumento da popularidade da culinária japonesa no país.[79]
O Líbano possui poucos aeroportos, são alguns poucos militares, algumas bases aéreas em algumas cidades, e o principal do país, o único internacional da nação, o Aeroporto Internacional de Beirute, rebatizado após o atentado que matou o ex-primeiro-ministro do país e passou a se chamar Aeroporto Internacional de Beirute. Moderno, o aeroporto atende a grandes empresas aéreas do mundo, e é parada de escala para grande números de voos que vão de países do Ocidente para países do Extremo Oriente e Oriente Médio.[carece de fontes]
O Líbano possui vários portos por seu litoral, porém três merecem maior destaque. Sídon, no sul do Líbano: seu porto é também chamado de porto petrolífero, já que atende os países produtores de petróleo no comércio e na exportação de produtos desses países para a União Europeia e Estados Unidos. Trípoli, no norte do Líbano: importante porto do norte do país, atende mercadorias em geral, porém não possui a mesma magnitude que o porto da capital. Beirute, a capital e maior cidade do Líbano. Além de Beirute ser a porta de entrada do Líbano por via aérea, é também por mar, já que possui o maior e o mais bem equipado porto de todo o país, é também considerado o porto mais movimentado do Mediterrâneo Oriental. Abastece todo o país e exporta toda sua produção, além de ser também o ponto de acolhimento de vários turistas. As estradas libanesas em geral estão em bom estado e poucas são as estradas não pavimentadas, com os pesados bombardeios de Israel ao Líbano, todo seu sistema rodoviário ficou comprometido.[carece de fontes]
A primeira linha ferroviária instalada no país data de 1895, quando o país era ainda parte integrante do Império Otomano e estabelecia a ligação entre Beirute e Damasco. Em 1906, uma segunda linha foi construída desta feita entre Riayk, situada no vale de Bekaa e a cidade de Alepo. Cinco anos depois, esta linha abriu uma ramificação de Homs na atual Síria, até Tripoli. Quando o Líbano se tornou um país independente, a linha de Trípoli ficou isolada da rede. Durante a Segunda Guerra Mundial as tropas aliadas prolongaram a linha de Trípoli pela costa até Haifa. O Estado libanês acabou por adquirir os direitos sobre a linha, mas quando as relações entre o Líbano e Israel se deterioraram a linha deixou de funcionar até Haifa passando a terminar em Naqoura. A rede ferroviária não sofreu mais alterações até o início da Guerra Civil Libanesa ao longo da qual foi quase completamente destruída. A última viagem de trem foi em 1977. Desde o final da guerra civil que algumas propostas têm sido feitas no sentido de recuperar a rede ferroviária, mas nada tem sido feito.[carece de fontes]
Devido ao fato de seu território margear uma extensão montanhosa o Líbano possui pequenos cursos de água que não chegam a desaguar no Mediterrâneo. Suas nascentes são nas montanhas que fazem fronteira com a Síria e nenhum dos rios é navegável.[carece de fontes]
O Líbano foi classificado globalmente no Relatório Global de Tecnologia da Informação de 2013 do Fórum Econômico Mundial como o quarto melhor país para educação em matemática e ciências e como o décimo melhor global para a qualidade da educação. Na qualidade das escolas de gestão, o país ficou em 13º lugar no mundo.[80] As Nações Unidas atribuíram ao Líbano um índice de educação de 0,871 em 2008. O índice, que é determinado pela taxa de alfabetização de adultos e o índice combinado de matrícula primária, secundária e terciária, classificou o país 88º entre os 177 países participantes.[81] Todas as escolas libanesas são obrigadas a seguir um currículo prescrito, elaborado pelo Ministério da Educação. Algumas das 1 400 escolas privadas oferecem o Programa Internacional de Bacharelado Internacional[82] e também podem adicionar mais cursos ao currículo com a aprovação do Ministério da Educação. Os primeiros oito anos de educação são, por lei, obrigatórios.[70]
O Líbano possui 41 universidades nacionais, várias das quais são internacionalmente reconhecidas.[83][84] A Universidade Americana de Beirute (AUB) e a Universidade São José de Beirute (USJ) foram as primeiras universidades anglófonas e as primeiras universidades francófonas a abrirem unidades no Líbano, respectivamente.[85] As universidades do Líbano, tanto públicas quanto privadas, operam em grande parte em francês ou inglês.[86] De acordo com o Webometrics Ranking of World Universities, as melhores universidades do país são a Universidade Americana de Beirute (#989 em todo o mundo), a Universidade Libanesa Americana (#2 178 no mundo), a Universidade São José de Beirute (#2 603 no mundo), a Université Libanaise (#3 826 em todo o mundo) e Universidade do Espírito Santo de Kaslik (#5 525 em todo o mundo).[87]
Em 2010, os gastos com saúde representaram 7,03% do PIB do país. Em 2009, havia 31,29 médicos e 19,71 enfermeiros para cada grupo de 10 000 habitantes.[88] A expectativa de vida no nascimento foi de 72,59 anos em 2011, ou 70,48 anos para homens e 74,80 anos para mulheres.[89]
No final da guerra civil, apenas um terço dos hospitais públicos do país eram operacionais, cada um com uma média de apenas 20 leitos. Em 2009, o país tinha 28 hospitais públicos, com um total de 2 550 camas.[90] Nos hospitais públicos, os pacientes hospitalizados não segurados pagam 5% da conta, em comparação com 15% em hospitais privados, com o Ministério da Saúde Pública reembolsando o restante.[90] O Ministério da Saúde Pública conta com 138 hospitais privados e 25 hospitais públicos.[91]
Em 2011, havia 236 643 admissões subsidiadas em hospitais; 164 244 em hospitais privados e 72 399 em hospitais públicos. Mais pacientes usam os hospitais privados do que os hospitais públicos, porque o fornecimento de camas privadas é maior.[91] Recentemente, tem havido um aumento nas doenças transmitidas por alimentos que enfatizaram a importância da segurança da cadeia alimentar no Líbano. Isso elevou a consciência pública e mais restaurantes estão buscando informações e conformidade com a Organização Internacional de Padronização.[92]
A cultura do Líbano é uma mistura de várias civilizações ao longo de milhares de anos. Originalmente a casa dos fenícios, e posteriormente conquistado e ocupado por assírios, persas, gregos, romanos, árabes, fatímidas, cruzados, turcos otomanos e, mais recentemente, franceses, o Líbano desenvolveu uma cultura que tem evoluído ao longo dos milênios por meio de empréstimos de todos esses grupos. A população diversificada do país, composta por diferentes grupos étnicos e religiosos, contribuiu ainda mais para os festivais, estilos musicais, literatura e culinária do país.
Apesar da diversidade étnica, linguística, religiosa e confessional, os libaneses "compartilham uma cultura quase comum". O árabe libanês é universalmente falado enquanto a comida, a música e a literatura são profundamente enraizadas "no Mediterrâneo e no Levante".[93]
O Líbano tem seis estações de esqui. Por causa da geografia única do Líbano, é possível esquiar de manhã e nadar no Mar Mediterrâneo à tarde.[94] No nível competitivo, basquete e futebol estão entre os esportes mais populares do Líbano. Canoagem, ciclismo, rafting, escalada, natação, vela e espeleologia estão entre outros esportes de lazer comuns no Líbano. A Maratona de Beirute é realizada todo outono, atraindo os melhores do Líbano e do exterior.[95]
Archaelogical excavations at Byblos indicate that the site has been continually inhabited since at least 5000 B.C.
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