Luísa Margarida de Barros Portugal

Luísa Margarida
Condessa de Barral
Marquesa de Monferrato
A condessa de Barral, quando jovem.
Cônjuge Eugène de Barral, Conde de Barral e 4.° Marquês de Montferrato
Descendência Horace Dominique
Nome completo Luísa Margarida Portugal de Barros
Nascimento 13 de abril de 1816
  Santo Amaro da Purificação, Bahia, Brasil
Morte 14 de janeiro de 1891 (74 anos)
  França
Pai Domingos Borges de Barros
Mãe Maria do Carmo Gouveia Portugal

Luísa Margarida de Barros Portugal (Santo Amaro da Purificação, 13 de abril de 1816França, 14 de janeiro de 1891), mais tarde, na França, por casamento, condessa de Barral e marquesa de Monferrato, e no Brasil condessa da Pedra Branca, foi uma nobre brasileira. Preceptora das princesas D. Isabel e D. Leopoldina, ela foi a grande paixão do imperador D. Pedro II do Brasil e uma das mais vivazes figuras da corte do rei Luís Filipe I da França.

Biografia

Família

Luísa e seus pais.

Luísa era a única filha de Domingos Borges de Barros, o visconde de Pedra Branca, estadista do primeiro reinado, e de sua esposa Maria do Carmo Gouveia Portugal, descendente de tradicionais famílias de cristãos novos da Bahia e do último rabino da Espanha antes da inquisição, Dom Abraham Sênior, conforme genealogista Francisco Antonio Doria, no livro "Herdeiros do Poder" e a obra "O Rabino Oculto - a saga de uma família de origem judaica -, de Carmen Nogueira.

Desde cedo, passou a viver com a família entre a França e o Brasil.

Luísa então desposou Eugène de Barral, conde de Barral (fr) e 4.° marquês de Montferrat, parente distante de Alexandre de Beauharnais, Visconde de Beauharnais, primeiro marido de Josefina de Beauharnais, a famosa esposa de Napoleão Bonaparte. Isso fazia dele primo em 5º grau da Imperatriz do Brasil e segunda esposa de D. Pedro I, a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg, e passou a viver na corte do rei Luís Filipe I. Eles tiveram um filho, Horace Dominique, o qual contrairia matrimônio com Maria Francisca de Paranaguá, filha do 2.° marquês de Paranaguá.

Vida na corte

Com o seu casamento, ela se tornou amiga e dama de companhia de D. Francisca de Bragança, a princesa de Joinville, irmã de D. Pedro II. Quando a madrasta do imperador, D. Amélia de Leuchtenberg, recusou a tarefa de ser preceptora de suas duas filhas, D. Francisca indicou Luísa Margarida Portugal de Barros ao imperador.

Após muita negociação e a certificação de seus poderes, Luísa aceitou o posto. Momentaneamente distanciada do marido, Eugène, e acompanhada de seu filho, transferiu-se para o Rio de Janeiro.

A condessa passou a residir em uma casa alugada, uma vez que, por ter uma família, não poderia se contentar com um apartamento no Palácio de São Cristóvão. Foi, também, nomeada dama de companhia de D. Teresa Cristina em setembro de 1855, apesar de que a verdadeira companheira da imperatriz fosse Josefina da Fonseca Costa.

Luísa Margarida tratou logo de estabelecer sua autoridade no palácio, um local em que o poder era muito disputado, e por isso causou a fúria de muitos dos funcionários mais interesseiros. Possuía personalidade exuberante, ar assertivo, inteligência e, ao mesmo tempo, contraditória mentalidade católica, além de beleza física. Dotada de cultura sólida e amiga de intelectuais e celebridades da época, como Franz Liszt e o conde de Gobineau, a condessa servia de intermediária entre o imperador e muitos intelectuais, com os quais D. Pedro II trocou vasta correspondência.

D. Pedro II sentia-se atraído por tipos parecidos com o de sua madrasta D. Amélia. A condessa, assim, tornou-se amiga íntima do imperador e, segundo a maioria dos historiadores contemporâneos, sua amante. Imediatamente, criou-se um conflito entre a imperatriz D. Teresa Cristina e a condessa de Barral. No entanto, logo ficou claro que a condessa iria tentar rivalizar com a imperatriz e não há provas conclusivas de que tenha consumado seu caso com o imperador. As poucas correspondências remanescentes entre eles levam à dúvida se o relacionamento de ambos não foi puramente platônico. Afinal, apesar de moderna e liberal, Luísa Margarida aparentava ser uma católica rígida.

Últimos anos

A condessa já em idade avançada.

O relacionamento, uma amizade colorida ao tom das que existiam na França durante o período romântico, duraria até o ano da morte de ambos. Durante um largo período, manteve-se apenas por via epistolar. O imperador encontrou-se com a amiga nas duas viagens que empreendeu à Europa, em 1870 e 1887, e nos últimos meses de vida, quando, viúvo e exilado, passou algumas temporadas na residência da condessa, em Cannes.

D. Pedro II teria mantido romances também com outras mulheres, como a condessa de Villeneuve, a madame de La Tour e Eponina Otaviano. As duas primeiras eram amigas pessoais dela e teriam sido apresentadas ao imperador como forma de "entreterem" o amante. A condessa de Barral viria a falecer poucos meses antes do imperador.

As cartas

Na década de 1940, o conde de Barral e marquês de Montferrat, seu neto, doou ao Museu Imperial de Petrópolis as cartas trocadas entre sua avó e o imperador do Brasil, que evidenciam o relacionamento entre ambos. O acordo entre a condessa e o imperador dizia que ambos deveriam queimar as cartas recebidas um do outro imediatamente após serem lidas. Embora D. Pedro II tenha seguido as regras, Luísa Margarida desobedecia-lhes esporadicamente e guardava algumas cartas. Assim, as únicas cartas que sobreviveram foram recebidas pela condessa, mas nenhuma enviada por ela ao imperador.

Bibliografia

  • Wanderley Pinho, 1970, Salões e Damas do Segundo Reinado, São Paulo: Martins, cap. XI, "A Condessa de Barral", p. 195-228.
  • Mary Del Priore, 2008, Condessa de Barral, a paixão do imperador, Rio de Janeiro: Objetiva.

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