Este artigo ou se(c)ção trata de uma pessoa que morreu recentemente. |
Luiz Antônio Fleury Filho | |
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54.º Governador de São Paulo | |
Período | 15 de março de 1991 a 1º de janeiro de 1995 |
Vice-governador | Aloysio Nunes |
Antecessor(a) | Orestes Quércia |
Sucessor(a) | Mário Covas |
Deputado federal por São Paulo | |
Período | 1º de fevereiro de 1999 a 1º de fevereiro de 2007 (2 mandatos consecutivos) |
Secretário Estadual de Segurança Pública de São Paulo | |
Período | 16 de março de 1987 a 22 de março de 1990 |
Governador | Orestes Quércia |
Antecessor(a) | Eduardo Augusto Muylaert Antunes |
Sucessor(a) | Antônio Claudio Mariz de Oliveira |
Dados pessoais | |
Nascimento | 30 de março de 1949 São José do Rio Preto, SP |
Morte | 15 de novembro de 2022 (73 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Academia de Polícia Militar do Barro Branco[1] |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[2] |
Primeira-dama | Ika Fleury |
Partido | PMDB (1987–1995) PTB (1995–2011) MDB (2011–2022) |
Profissão | professor, promotor, político |
Luiz Antônio Fleury Filho GOMM (São José do Rio Preto, 30 de março de 1949 – São Paulo, 15 de novembro de 2022) foi um professor, promotor de justiça e político brasileiro. Por São Paulo, foi governador, deputado federal durante dois mandatos e secretário da Segurança Pública durante o governo Quércia.
Formou-se em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas, em 1972, passando a atuar como professor universitário e promotor de justiça, já em 1973. Foi professor de Direito Penal na mesma FMU e também em cursinhos especializados.[3]
Ativo no processo de redemocratização, com participação no Diretas Já em São Paulo, exerceu atividades no Ministério Público até 1987, tornando-se uma das suas principais lideranças ainda muito jovem. Chegou a ser presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, por três mandatos sucessivos e da Associação Paulista do Ministério Público.[3] É considerado um dos modernizadores do MP, tendo trabalhado junto à Assembléia Constituinte representando sua classe.[4] Em 87, passou a ocupar o cargo de Secretário de Segurança Pública do governo Orestes Quércia.
Em julho de 2020 foi submetido a um transplante de fígado por conta de uma cirrose deflagrada por esteatose (excesso de gordura no fígado).[5]
Fleury não tinha parentesco nenhum com o antigo delegado Sérgio Fleury.[6]
Fleury também foi conselheiro vitalício do Sport Club Corinthians Paulista.[7]
Em 1990, sob a legenda do PMDB, Fleury foi eleito governador. Uma eleição difícil contra nomes conhecidos como Mario Covas e Maluf, a primeira em dois turnos para o governo de São Paulo. O segundo turno foi contra Paulo Maluf. Fleury venceu com apoio de uma ampla frente democrática. Em sua gestão, deu continuidade a obras públicas do governo anterior, destacando-se a Hidrovia Tietê - Paraná, que viabilizou a navegação até o sul de Goiás, a partir do sistema de eclusas da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava e do Canal Pereira Barreto, o que barateou o transporte de alimentos no estado e ajudou a desenvolver a região. Construiu o complexo de aproveitamento múltiplo Mogi Guaçu e deu prosseguimento ao complexo de Canoas.
Durante seu governo, Fleury iniciou o Projeto Tietê, uma série de iniciativas com a intenção de despoluir o Rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo. O governo do Estado, por meio da empresa estatal de saneamento – Sabesp –, conseguiu um empréstimo junto a organismos internacionais, principalmente o banco japonês JBIC, mas o empréstimo só foi liberado pelo Governo Federal de fato no governo seguinte, o de Mário Covas, aliado do governo.
Foi também sua iniciativa de buscar melhorias no transporte ferroviário do metropolitano de SP, quando esteve em Brasília, com então presidente Itamar Franco e solicitando a tomada da administração das mãos da CBTU para comando do governo do estado. Logo a seguir foram estudadas as possibilidades de se criar uma nova empresa de transportes ferroviários, vindo então a ser criada a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, com a colaboração do hoje ex-Senador, outrora Secretário dos Transportes Metropolitanos, Aloysio Nunes Ferreira, em 1994. Hoje é a maior e mais moderna companhia ferroviária do Brasil, englobando inclusive a tradicional FEPASA (Ferrovia Paulista S/A).
Durante seu governo, conviveu com 3 moedas diferentes, dois Presidentes da República, oito Ministros da Fazenda, diversos planos econômicos e até o impeachment de Fernando Collor.
Uma de suas últimas obras entregues foi a Rodovia Carvalho Pinto.
Foi autor do maior projeto habitacional da história do país até então. O programa habitacional do seu governo registrou um recorde histórico: construiu mais casas populares do que todas as administrações anteriores. Foram investidos recursos da ordem de US$ 1 bilhão, viabilizando a construção de 250 mil moradias. Também foi autor do maior plano de saneamento básico de São Paulo. Diminui a mortalidade infantil no estado a níveis nunca vistos. As Campanhas de Vacinação conseguiram índice de cobertura de 97,1% e o trabalho de imunização contra a poliomielite garantiu ao Estado de São Paulo um prêmio da Fundação Meriéux de Paris. Quando assumiu o governo, a segurança era a quinta preocupação da população do estado. Ao deixar o governo, segurança tinha caído para a oitava posição, voltando a ser a primeira no segundo ano de mandato do governo que o sucedeu.
Na educação, o projeto das "escolas-padrão" nasceu do trabalho de 100 conceituados educadores e representantes da sociedade convocados a sugerir medidas para melhorar o nível de ensino. Em quatro anos, de uma rede de 6,7 mil escolas, 2 225 delas foram transformadas em padrão, ganhando também autonomia pedagógica e financeira. Uma caixa de custeio, onde se somavam recursos do Estado e doações da comunidade e empresas, permitia, de forma ágil e sem burocracia, a aquisição de mobiliário e equipamentos, manutenção do prédio, reforço da merenda e contratação de serviços.
Em 1992, Fleury Filho foi admitido pelo presidente Collor à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[2]
Tendo feito um governo com fortes e profundos investimentos sociais, o governo Fleury Filho foi acusado de contrair inúmeras dívidas durante sua gestão. Isso, inclusive, foi plataforma de campanha publicitária do governo de Mário Covas em seu início, o que ajudou seu sucessor em projetos de privatizações.
O salário do funcionalismo foi reajustado no último ano de gestão, deixando despesas de 2 bilhões de reais sem recursos para cobri-las.[9]
Foi também sob o governo Fleury que aconteceu o massacre no presídio do Carandiru, onde morreram 111 presos. O então governador, em testemunho no júri, legitimou posteriormente a ordem, de entrada, da polícia, pois “existiam pessoas que estavam matando umas as outras. A polícia não pode se omitir”. No entanto, apenas 9 foram assassinados com arma branca (facas ou estiletes), por outros presos, e a PM matou 102, o que evidenciou o massacre, afastando a tese de legítima defesa. Reportagem da revista Veja acusou o então governador de tentar acobertar o massacre às vésperas da eleição. Em depoimento oficial alegou que soube do massacre pouco antes do fechamento das urnas – quase um dia depois da invasão.[10]
O final de seu mandato também foi marcado pela intervenção do Banco Central no Banespa, que, à época, era o maior banco estadual do Brasil. Intervenção feita no último dia de seu mandato e que foi alvo de uma CPI no Congresso Nacional.[11]
A justiça de São Paulo condenou a dezesseis anos de prisão por peculato dois ex-delegados-gerais da Polícia Civil do Estado de São Paulo : Álvaro Luz Pinto e Luís Paulo Braga Braun. Segundo o Ministério Público de São Paulo os réus se envolveram em fraude em licitações. A sentença proferida pelo juiz Edison Aparecido Brandão só se refere ao crime de peculato, acontecido na cidade de Barão de Antonina, onde foram desviados cerca de US$ 657 mil.[12]
Os dois delegados trabalharam no Governo Fleury e no Governo Quércia.
Fleury foi convocado a participar do processo de defesa como testemunha.[12]
Os delegados alegaram ser inocentes e ainda podem recorrer da sentença.[12]
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo relacionou um funcionário do Governo Estadual por irregularidades na construção da sede da Eletropaulo. A obra, que foi realizada pela construtora Andrade Gutierrez, e pode ter causado prejuízos ao estado. É um dos maiores focos de irregularidades que se tem notícia no relacionamento entre uma empreiteira e o poder público, segundo o conselheiro do TCE/SP Antônio Roque Citadini, responsável pelas investigações.[13]
A obra teve seu contrato assinado em 27 de marco de 1991 pelo presidente da estatal Alfredo Almeida Júnior que meses depois perderia o cargo por irregularidades administrativas. Almeida Júnior foi denunciado pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito.[13]
A justiça chegou a decretar a prisão de Almeida Júnior, que mais tarde conseguiu um habeas corpus.[13]
Após o término de seu governo, transferiu-se para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), partido pelo qual se elegeu deputado federal em 1998 e 2002. Não conseguiu se reeleger em 2006.
Afastado de cargos públicos e disputas eleitorais, em 2011 retornou ao PMDB, partido que havia deixado após brigas com seu ex-padrinho político, Orestes Quércia.
Precedido por Orestes Quércia |
Governador do Estado de São Paulo 1991 — 1995 |
Sucedido por Mário Covas |
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