Este artigo ou se(c)ção pode estar sendo afetado pelo seguinte evento atual: Erupção vulcânica de La Palma de 2021. |
Cumbre Vieja | |
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Imagem de satélite da caldeira dos vulcões Taburiente e Cumbre Vieja, La Palma, nas Ilhas Canárias. (sul está acima, norte está abaixo). | |
Coordenadas | 28° 34′ N, 17° 50′ O |
Altitude | 1 949 m (6 394 pés) |
Tipo | Estratovulcão |
Localização | La Palma, Ilhas Canárias |
País | Espanha |
Última erupção | 2021 |
Primeira ascensão | 1470 |
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Cumbre Vieja (em português: Pico Velho) é um vulcão ativo situado na ilha de La Palma, arquipélago das Canárias (Espanha), com 1949 metros de altitude.[2] Existe a teoria de que uma erupção do Cumbre Vieja pode criar um megatsunami que atingiria o litoral oeste da África, litoral oeste da Europa, e grande parte do litoral leste das Américas, desde o estado da Flórida, nos Estados Unidos, até o estado de Santa Catarina, no Brasil. A erupção mais recente ocorreu a 19 de setembro de 2021 e foi afastado o risco de tsunami.[3]
La Palma é uma ilha vulcânica oceânica. Atualmente é onde há a maior atividade vulcânica das Ilhas Canárias.[4] Erupções históricas do Cumbre Vieja ocorreram em 1470, 1585, 1646, 1677, 1712, 1949, 1971 e 2021.
A sua última erupção antes de 2021 havia ocorrido em 1971. O vulcão encontra-se atualmente sob monitoramento constante pelo fato de haver falhas na estrutura da ilha que o sustenta, o que implica numa possível catástrofe, caso ocorra uma forte erupção, que poderia causar o colapso ou desmoronamento desta ilha no leito oceânico, provocar um super terremoto e a formação de um megatsunami de caráter global, que poderá atingir toda costa leste das Américas, a costa oeste africana e todo litoral europeu ocidental.
A British Broadcasting Corporation (BBC2 Channel) transmitiu o documentário "Megatsunami; Onda da Destruição",[5] que sugeriu que um colapso futuro do flanco ocidental da Cumbre Vieja poderia causar um "megatsunami".
Day et al. (1999)[6] e Ward e Day (2001)[7] formularam a hipótese de que durante uma erupção em um futuro indeterminado, a metade ocidental do Cumbre Vieja - cerca de 500 km³, com uma massa de cerca de 1,5 x 1015 kg — vai colapsar catastroficamente em um enorme deslizamento gravitacional e entrar no Oceano Atlântico, gerando um fenômeno chamado de "megatsunami". Os destroços vão continuar a viajar — como um fluxo de detritos, ao longo do leito do oceano. A modelagem por computador indica que a onda resultante inicial pode atingir uma amplitude local (altura) acima de 600 metros e um pico inicial de altura que se aproximaria de 2 km, e viajaria a cerca de 1000 quilômetros por hora (aproximadamente a velocidade de um avião a jato), inundando o litoral da África Ocidental em cerca de uma hora, o litoral sul do Reino Unido em cerca de 3,5 horas, e a costa leste da América do Norte em cerca de seis horas, altura em que a onda inicial teria diminuído em uma sucessão de pequenas ondas, cada uma com cerca de 30 a 60 metros de altura. Estas podem aparecer algumas centenas de metros de altura e vários quilômetros de distância, mas mantendo a sua velocidade original. Os modelos de Day et al.[6] e Ward e Day[7] sugerem até 25 km do interior dos continentes poderiam ser inundados. Isso iria prejudicar gravemente ou destruir as cidades ao longo de toda a costa leste da América, desde o estado da Flórida,nos Estados Unidos, até o estado de Santa Catarina, no Brasil. Os danos físicos levariam dezenas, se não centenas de anos, para serem reparados e restaurados. As economias dos países afetados igualmente levaria vários anos para retornar aos níveis pré-inundação.
O mapeamento geológico detalhado mostra que a distribuição e a orientação das aberturas e diques de alimentação dentro do vulcão mudaram de um sistema de fenda tríplice (típicos da maioria dos vulcões em ilhas oceânicas), para um composto por uma fenda única norte-sul.[8][9][10] Afirma-se que esta reorganização estrutural é uma resposta a padrões de estresse, associados com o desenvolvimento de uma falha de desprendimento possível, sob a oeste do flanco do vulcão.[6][7] Siebert (1984)[11] mostrou que tais falhas são devidas à intrusão de diques paralelos e sub-paralelos à rachadura. Eventualmente, a estrutura se torna instável e sofre uma falha catastrófica. Não há evidências de que a rachadura de 1949 estenda-se em uma direção norte-sul ou que existe um plano de desligamento em desenvolvimento. A pesquisa ainda está em curso.
Há controvérsias no entanto, sobre a ameaça apresentada pelo Cumbre Vieja.[12] Indicações atuais são de que os deslizamentos recentes podem ter sido graduais e, portanto, não podem gerar tsunamis, a menos que aumentem em magnitude. Estudos de possíveis "megatsunamis" locais nas ilhas havaianas estabeleceram diferenças entre os períodos da onda tsunami causada por deslizamentos de terra e pelas causadas por terremotos em zona de subducção, argumentando que um colapso similar no Havaí não comprometeria as costas da Ásia ou da América do Norte.[13]
Pesquisas de sonar em torno de muitas ilhas oceânicas vulcânicas, incluindo as Ilhas Canárias,[14] Havaí, Ilha da Reunião, entre outras, têm mapeado os fluxos de detritos no fundo do mar. Muitos destes fluxos possuem cerca de 100 km de comprimento e até 2 km de espessura, e contém mega-blocos misturados com detritos mais finos.
Moore (1964)[15] foi o primeiro geólogo a interpretar tais características descritas em uma carta batimétrica para a Marinha dos Estados Unidos. O gráfico mostrou duas características que parecem se originar nas ilhas havaianas de Oahu e Molokai.
Na história, a erupção do Krakatoa gerou um tsunami devastador, mas o dano foi local e não se propagou por longas distâncias. Isso pode ter sido devido à geografia das áreas confinantes da região.
Há cerca de 3615 anos, o vulcão de Santorini explodiu com um VEI estimado em 6. Pesquisas sugerem que a erupção gerou um tsunami que inundou a ilha de Creta, possivelmente provocando a queda da Civilização Minoica.
Em 9 de julho de 1958, um terremoto e deslizamentos em na Baía de Lituya, no Alasca, gerou um "megatsunami" com uma amplitude inicial (altura) de aproximadamente 524 m, que retirou as árvores e o solo à sua frente e inundou toda a baía, destruindo três barcos de pesca ancorados lá e matando duas pessoas (ver: Megatsunami da Baía de Lituya). Uma vez que a onda atingiu o mar aberto, no entanto, rapidamente se dissipou.
Eventos de colapso lateral em estratovulcões, semelhantes à atual ameaça representada pelo flanco ocidental do Cumbre Vieja, poderiam aumentar devido aos efeitos físicos do aquecimento global sobre a Terra, enquanto o tamanho e a frequência das erupções também tendem a aumentar.[16][17]
O conteúdo apresentado do artigo da Wikipedia foi extraído em 2021-09-25 com base em https://pt.wikipedia.org/?curid=1626752