Coronel Jairo

Coronel Jairo
Deputado Estadual do Rio de Janeiro
Período 15 de março de 2002
até 1º de fevereiro de 2019
Dados pessoais
Nome completo Jairo de Souza Santos
Nascimento 20 de outubro de 1949 (71 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil
Filhos Dr. Jairinho
Partido PTdoB (1999-2005)
PSC (2005-2013)
MDB (2013-2018)
Solidariedade (2018-presente)
Religião cristão
Profissão Policial militar

Jairo de Souza Santos (Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1949) é um policial militar e político brasileiro filiado ao Solidariedade.[1] É pai do vereador Dr. Jairinho.

Biografia

Conhecido como Coronel Jairo, tem o seu eleitorado baseado em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Em 2002, foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PSC, sendo reeleito em 2006, 2010 e 2014.

É o presidente do Céres Futebol Clube, agremiação esportiva que disputa a Série B do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.

É suspeito de envolvimento com milícias do Rio de Janeiro.[2]

Ficou como suplente em sua reeleição para a Legislatura 2015-2019[3], mas assumiu no decorrer do mandato.

No dia 20 de fevereiro de 2017, foi um dos 41 deputados estaduais a votar a favor da privatização da CEDAE.[4]

Em 17 de novembro de 2017, votou pela revogação da prisão dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, denunciados na Operação Cadeia Velha, acusados de integrar esquema criminoso que contava com a participação de agentes públicos dos poderes Executivo e do Legislativo, inclusive do Tribunal de Contas, e de grandes empresários da construção civil e do setor de transporte.[5]

Nas eleições de 2018, Coronel Jairo não foi reeleito deputado estadual para a 12ª legislatura (2019–2023) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). No pleito, como candidato do Solidariedade, Jairo obteve 24.620 votos, ficando inicialmente com a 1ª suplência da coligação PTB/Solidariedade.[6][7]

Controvérsias

Operação Furna da Onça

Ver artigo principal: Operação Furna da Onça

No dia 8 de novembro de 2018, Coronel Jairo foi preso por policiais federais que cumpriam mandado de prisão temporária expedido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) no âmbito da Operação Furna da Onça.[8] De acordo com o Ministério Público Federal, o parlamentar recebia mensalmente uma quantia de R$ 50 mil para que votasse na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) de acordo com os interesses do grupo político comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, tendo recebido ainda um "prêmio" cujo valor não foi divulgado.[9] A partir do dia 12 de novembro de 2018, o político passou a cumprir prisão preventiva após decisão do TRF-2 que considerou o risco de destruição de provas fundamentais para o prosseguimento das investigações.[10] Outro alvo da operação foi Jorge Luis de Oliveira Fernandes, assessor parlamentar e operador financeiro de Jairo.[11]

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Coronel Jairo também tinha influência para nomeações em postos do Detran-RJ situados nos bairros cariocas de Bangu e de Campo Grande. As nomeações feitas pelo parlamentar eram para chefes de unidades, responsáveis pelas vistorias, e para assistentes. Os funcionários indicados para os postos também atuavam em campanhas políticas do político, garantindo-lhe votações expressivas em suas regiões de influência para nomeações. A disponibilização de cargos, tanto para Coronel Jairo quanto para outros deputados estaduais, era feita em troca de votos favoráveis na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aos projetos de interesse do Grupo Facility/Prol, vencedor dos contratos para fornecimento de mão de obra nos postos do Detran-RJ, cujo proprietário era o empresário Arthur César Soares na época em que Sérgio Cabral era governador do Rio de Janeiro.[12][a]

Relatório sobre transações bancárias suspeitas

Em dezembro de 2018, veio à tona um relatório de 422 páginas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que havia sido anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que origem à Operação Furna da Onça e que ganhou grande repercussão nacional por envolver um ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.[13] O documento reúne informações a respeito de operações bancárias de 75 funcionários e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) citadas em comunicados sobre transações financeiras suspeitas. As operações suspeitas, que envolvem pessoas que trabalham ou trabalharam em 20 gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro de diferentes matizes ideológicas, totalizam mais de R$ 207 milhões.[14][15][b]

O relatório do Coaf apontou que funcionários do gabinete de Coronel Jairo na Alerj movimentaram um total de R$ 10,2 milhões entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.[16][15] O Ministério Público Federal, em nota, esclareceu que nem todas as movimentações atípicas citadas no documento seriam, necessariamente, ilícitas.[17]

Ver também

Notas e referências

Notas

  1. Para mais informações acerca do loteamento de cargos no Detran-RJ, veja a subseção Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro#Operação Furna da Onça.
  2. Para mais informações acerca das movimentações atípicas apontadas pelo relatório do Coaf, veja a subseção Operação Furna da Onça#Relatório sobre transações bancárias suspeitas.

Referências

  1. "Políticos com processo lançam seus herdeiros. Objetivo é evitar impugnações e garantir poder". O Globo, 31 de julho de 2008
  2. "Alerj deverá criar CPI para investigar milícias". Terra, 5 de junho de 2008
  3. TRE-RJ (18 de dezembro de 2014). «Resultado de votação por UF - RJ» (PDF). pp. 22 a 60. Consultado em 27 de dezembro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 27 de dezembro de 2014 
  4. Jornal Extra (20 de fevereiro de 2017). «Privatização da CEDAE aprovada na ALERJ». Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  5. G1 (17 de novembro de 2017). «ALERJ revoga prisões de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi». Consultado em 17 de novembro de 2017 
  6. «Senadores e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2018 RJ». UOL. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  7. «Deputados estaduais eleitos no Rio de Janeiro». Gazeta do Povo. 7 de outubro de 2018. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  8. Lemos, Marcela; Sabóia, Gabriel (8 de novembro de 2018). «PF cumpre mandados de prisão contra 10 deputados estaduais no Rio». UOL. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  9. Affonso, Julia; Macedo, Fausto; Pennafort, Roberta (8 de novembro de 2018). «Operação Furna da Onça investiga 'mensalinho' e prende 10 deputados estaduais do Rio». O Estado de S. Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  10. «Tribunal transforma em prisão preventiva alvos da Operação Furna da Onça». G1. 13 de novembro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  11. Barreira, Gabriel (8 de novembro de 2018). «Corregedor e candidato à presidência da Alerj estão entre presos da Lava Jato; entenda quem é quem». G1. Consultado em 27 de dezembro de 2018 
  12. Martins, Marco (9 de novembro de 2018). «Deputados presos pela PF lotearam postos do Detran em 20 municípios do RJ, diz MPF». G1. Consultado em 27 de dezembro de 2018 
  13. Serapião, Fábio (6 de dezembro de 2018). «Coaf relata conta de ex-assessor de Flávio Bolsonaro». O Estado de S. Paulo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  14. «Coaf aponta movimentação suspeita em contas de servidores de 22 deputados da Alerj». G1. 7 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  15. a b Piva, Juliana; Castro, Juliana; Mello, Igor (12 de dezembro de 2018). «Coaf identificou movimentação suspeita em transferências financeiras de 75 servidores da Alerj». O Globo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  16. Nogueira, Italo (12 de dezembro de 2018). «PSC, PT e PSOL aparecem em relatório do Coaf». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  17. Gomes, Marcelo; Sarza, Diego (6 de dezembro de 2018). «Coaf aponta que ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou mais de R$ 1,2 milhão em operações suspeitas». G1. Consultado em 18 de dezembro de 2018 

Em formação

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