Clodovil Hernandes

Clodovil Hernandes
Clodovil em 2007.
Deputado federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 2007
até 17 de março de 2009
Dados pessoais
Nascimento 17 de junho de 1937
Catanduva,[nota 1] SP
Morte 17 de março de 2009 (71 anos)
Brasília, DF
Nacionalidade brasileiro
Partido PTC (2005-2007)
PR (2007-2009)
Religião cristão[1]
Profissão

Clodovil Hernandes (Catanduva, 17 de junho de 1937[nota 1]Brasília, 17 de março de 2009), cujo nome verdadeiro era Clodovir Hernandes,[nota 2] foi um estilista, ator, apresentador de televisão, político e filantropo brasileiro.

Natural do interior de São Paulo, Clodovil começou sua carreira como costureiro no final da década de 1950, consagrando-se a nível nacional na década de 1970, ao lado de outros grandes pioneiros como Dener Pamplona de Abreu (1937-1978). Com seu ateliê baseado na cidade de São Paulo, Clodovil desenhou roupas de alta-costura para muitas mulheres ricas e famosas em todo o país, mas também se dedicou ao prêt-à-porter, voltado para um vestuário mais popular, e ao figurinismo do cinema. Defendeu a importância e o fortalecimento da moda brasileira no cenário internacional.

Na década de 1980, paralelamente à moda, iniciou sua carreira na televisão como apresentador, tendo passado por diversas emissoras, onde construiu a fama de polêmico, contraditório e "sem papas na língua". Por conta de suas declarações consideradas impróprias e indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades, Clodovil foi demitido repetidas vezes e tornado réu em processos judiciais por difamação e injúria. Ao mesmo tempo, dedicou-se ao teatro e à música, tendo participado de algumas peças e shows privados em casas noturnas. Em meados da década de 2000, ele entrou para a política, tornando-se o terceiro deputado federal mais votado do País nas eleições de 2006, com 493 951 votos ou 2,43% dos votos válidos.[2]

Em sua vida particular, Clodovil era assumidamente homossexual e teve uma formação cristã e posições conservadoras, o que atraiu críticas por parte de movimentos da causa LGBT por ter sido contra o casamento gay, embora fosse a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo, e contra a Parada Gay, por associá-la com prostituição e drogadição. Além disso, foi acusado de racismo e antissemitismo.[3] Seu nome e imagem foram usados em páginas políticas de direita.[4]

Sem deixar descendentes ou herdeiros, Clodovil registrou em testamento sua vontade de doar seu patrimônio para criação de uma fundação beneficente para ajudar meninas carentes e abandonadas. Em 2011, foi criado o Instituto Clodovil Hernandes para preservar a memória do artista. Em 2019, porém, dez anos após sua morte, os bens de seu espólio, incluindo R$ 3,7 milhões, continuavam bloqueados na Justiça por processos e reivindicações.[5]

Biografia

Família e educação

Clodovil Hernandes nasceu em Catanduva,[nota 1] no interior do estado de São Paulo. Ainda bebê, foi adotado por um casal de imigrantes espanhóis, o comerciante Domingo Hernández, natural de Múrcia, e sua esposa Isabel Sánchez (1908-1986), natural de Jaén. Foi registrado em sua certidão de nascimento como Clodovir Hernandes, por erro do cartório devido ao sotaque do pai adotivo.[6] Clodovil sempre teve um relacionamento mais próximo com sua mãe adotiva, uma mulher enérgica e vaidosa, que foi “a única mulher que amou em sua vida”. Segundo Clodovil, a mãe não o quis quando chegou, porque não queria aquela “coisa feia”. Felizmente, porém, Isabel aprendeu a amá-lo com o convívio. Quando Clodovil ainda era pequeno, a família vendeu a sua parte de uma fazenda e se mudou para Catanduva, residindo nessa cidade por dois anos até se transferir para Floreal, onde Domingo Hernández estabeleceu um loja de tecidos. O negócio da família foi o primeiro contato com a moda, e Clodovil, escondido do pai, costumava dar palpites de vestuário para sua mãe, suas tias e primas.

Apesar de ter poucos recursos, os pais de Clodovil não pouparam esforços para que o filho fosse educado. O pai dizia a Clodovil que a única herança que deixaria para ele seria o estudo, algo que ele jamais poderia perder. Assim, matricularam-no no Colégio Dom Bosco[7] um colégio interno católico em Monte Aprazível, a 49 km de Floreal. Mais tarde em sua vida, Clodovil afirmou que havia sido aliciado por um padre quando menino, mas que isso não mudou sua visão a respeito do colégio, da igreja ou de religião. Foi também nesse colégio que Clodovil recebeu, de um padre, o apelido de "Jacques Fath", um costureiro famoso da época. Em meados de 1948 ou 1949, quando tinha onze anos de idade, Clodovil descobriu que havia sido adotado quando uma tia lhe contou do fato. Segundo o próprio Clodovil, a adoção nunca foi um problema para ele, e seus pais teriam morrido sem saber que ele sabia que era adotivo. A respeito de suas origens, Clodovil afirmou, em 1990, em entrevista ao Cara a Cara de Marília Gabriela, que era descendente de italianos e de índios e o sobrenome de seu pai biológico seria "Ferrarini". Tinha ligação com o político e militar Edson Ferrarini,[8] segundo o qual Clodovil havia sido cuidado por sua família antes do casal Hernandes adotá-lo. Aos treze anos, Clodovil afirma ter visto seu pai tendo relações sexuais com outro homem, um cunhado, irmão de Dona Isabel. Clodovil diz que nunca tocou no assunto com o pai, o qual morreu sem saber que ele vira a cena, a qual ocorreu após uma missa de domingo. Por causa desse episódio, Clodovil disse que "deveu o norte de sua vida" a seu pai.

Quando tinha quinze anos de idade, Clodovil foi indagado pelo pai se ele era homossexual, mas não chegou a responder à pergunta do pai, de modo que o assunto jamais voltou a ser discutido na família. Clodovil afirmou que certa vez, quando respondeu ao pai de maneira atravessada, levou desse um forte tapa na orelha que lhe deixou com um problema de audição. Clodovil, porém, guardava momentos felizes com o pai, o qual lhe ensinou a cozinhar, pois sua mãe era péssima na cozinha. Sobre sua juventude, Clodovil afirmou, em 2001, que ela era de liberdade total, que havia tido milhares de "escapulidas", embora nunca tenha experimentado drogas.[10]

Terminando o ensino secundário, Clodovil se formou professor na antiga Escola Normal do então Grupo Escolar Dom Pedro II,[11] na Barra Funda, em São Paulo, onde morou sustentado por uma pequena mesada enviada pelo pai, o qual queria que ele tivesse estudado Medicina. Tendo sofrido fome, esgotamento e desilusões em sua primeira estada na capital paulista, ele decidiu regressar ao lar em Mandaguari, no Paraná, para onde sua família havia se mudado em busca de melhores condições financeiras. Em Mandaguari, Clodovil trabalhou brevemente no Colégio Estadual Vera Cruz, onde foi contratado como professor de Desenho em 1957, lecionando a matéria por dois anos, até decidir voltar a morar definitivamente em São Paulo. Foi o então prefeito de Mandaguari, Élio Duarte Dias, que pagou a passagem de avião do jovem Clodovil para a capital paulista, além de ter ajudado com as primeiras despesas. Clodovil tinha como objetivo estudar Filosofia, mas logo abandonou esse plano para se dedicar à moda, pois tinha talento para desenhar vestidos.

Carreira

Moda

Clodovil estilista em 1971.

O interesse de Clodovil por moda começou ainda criança, quando ele dava palpites de vestuário para a mãe, as tias e as primas, escondido do pai, que não podia saber. Quando estava estudando em um colégio interno católico, recebeu o apelido de "Jacques Fath", um costureiro francês famoso da época. No último ano do normal, aos dezesseis anos, uma colega lhe perguntou por que não desenhava vestidos, embora Clodovil sequer conhecesse a existência da profissão. Pegou então uma página de caderno e desenhou onze vestidos, dos quais vendeu seis para uma loja do centro de São Paulo, ganhando mais dinheiro do que a mesada que o pai lhe mandava. Desistiu então da Faculdade de Filosofia e, em 1960, conquistou seu primeiro Prêmio Agulha de Ouro, e em 1961 o Prêmio Agulha de Platina, ambos concedidos pela Casa Matarazzo-Boussac. Com talento, ele conquistou clientes da alta sociedade de São Paulo. Na época também começou a chamar atenção a "rivalidade" de Clodovil com Dener Pamplona de Abreu, outro estilista conhecido da época. Na realidade, eles eram mais amigos e colegas de profissão do que competidores.

Clodovil em 1967.

O talento de Clodovil para a moda foi reconhecido por mulheres de variadas origens sociais, desde artistas como Elis Regina e Cacilda Becker a empresárias como Hebe Alves (antiga proprietária das lojas Mappin)[12] e às famílias Diniz e Matarazzo, para as quais a linha prêt-à-porter era muito apreciada.[13] Em 1960 ganhou o primeiro Agulha de Ouro. Pioneiro, por anos seria um dos pilares da alta costura, numa sociedade que importava modelos europeus, inaugurou uma moda made in Brazil.[14] Segundo Costanza Pascolato, “Esse termo 'alta costura' cabe especificamente às coleções de Paris. Podemos dizer que o Clô fez uma ‘moda de ateliê’ muito requintada e luxuosa, destinada a ocasiões específicas, como casamentos e coquetéis”, define.[15] Clodovil formou-se professor, mas ainda jovem tornou-se um estilista conhecido no país e logo passou a trabalhar também na televisão, na qual acumulou mais de 45 anos de carreira em quase todas as emissoras de televisão do país. Ficou famoso em 1976, ao ganhar o prêmio máximo no programa "8 ou 800?", apresentado por Paulo Gracindo, ao responder perguntas sobre Dona Beja.

Clodovil trabalhou como figurinista em diversas produções e filmes brasileiros: O Corpo Ardente (1966), um romance e drama estrelando a atriz francesa Barbara Laage; na telenovela Beto Rockfeller (1970), da Rede Tupi; na comédia romântica Lua de Mel e Amendoim (1971), na qual, além de ter desenhado roupas de inspiração hippie e ufanista dos tempos do "milagre econômico brasileiro", inclusive biquínis e cangas, ele aparece interpretando o costureiro do vestido de casamento da personagem Marcinha;[16] em A Infidelidade ao Alcance de Todos (1972), uma comédia erótica; e Paranóia (1976), um drama policial.[17] Em 1977, a convite de Marika Gidali, Clodovil criou figurinos para um conhecido espetáculo do Ballet Stagium, chamado Kuarup, ou a Questão do Índio,[18] em que desenhou trajes indígenas e macacões de operários com as cores da bandeira brasileira para catorze bailarinos de ambos os sexos. Ao apresentar os figurinos do espetáculo, Clodovil afirmou então em entrevista à televisão:

Música

Na década de 1970, o costureiro Clodovil começou a se apresentar como cantor em boates[20] e shows privados. Na época, o jornal Diário de Notícias escreveu que o costureiro estava "atacando de cantante".[21]

Em janeiro de 1975, ele participou do então programa Fantástico: O Show da Vida interpretando "Ma Mélo Mélodie", uma canção originalmente cantada pela egípcio-francesa Dalida em 1972. O video-clipe foi feito ao ar livre, em um grande gramado e piscina, contando com a presença de seis modelos trajando vestidos desenhados por Clodovil, além de quatro músicos. Em junho daquele ano, ele fez sua segunda apresentação no programa, interpretando "Senza Fine", do italiano Gino Paoli.

Em 2020, a TV Record revelou que Clodovil tinha o sonho de lançar um álbum solo, um projeto que não pôde ser concretizado por falta de tempo após ter sido eleito deputado, bem como a existência de um CD que tinha sido presenteado a Clodovil por sua amiga, a jornalista Carmem Farão, ex-colega do artista na TV Gazeta. O CD, chamado de "Clodovil Hernandes Exclusivo", reunia uma compilação de várias músicas conhecidas, cantadas por Clodovil em suas apresentações na TV Gazeta. O CD incluía as faixas: Não se esqueça de mim, Senza Fine / Valsa de uma cidade, Body and Soul, Paris, Besame, Vida de Bailarina e Nem às paredes confesso.[22]

Teatro

Clodovil atuou no teatro três vezes em sua vida. A primeira peça de que participou, Seda Pura e Alfinetadas, foi também coescrita por ele e por Leilah Assumpção. Estreou no Teatro Brigadeiro, em São Paulo, em 1981.[23] Nela, Clodovil atuou ao lado de Bruno Barroso, Hilton Have, Isadora de Faria, Lilia Cabral e Márcia Real. A segunda peça, Sabe Quem Dançou?, de Zeno Wilde, teve Clodovil no papel principal.

A terceira e última peça de Clodovil, Eu e Ela,[24] foi escrita por ele e estreou em 15 de janeiro de 2006, no Teatro Brigadeiro. Aborda, nas suas palavras, a briga entre seu "eu feminino" com seu "eu masculino". Ele revelou que os motivos que o levaram a escrevê-la foram o fato de ter ficado desempregado, após ser demitido da RedeTV!, e ter se operado de um câncer de próstata. Na peça, Clodovil apareceu usando meia-calça e salto altos, contrapondo com paletó. Além disso, Clodovil cantou seis canções de músicos renomados, dentre as quais: Gracias a la Vida, de Violeta Parra, e Ne me quitte pas, de Jacques Brel.

Rádio e televisão

A equipe original do TV Mulher; Clodovil em pé, no canto superior direito.

Na década de 1960, Clodovil trabalhou para a Rádio Jovem Pan, onde dava conselhos de moda durante poucos minutos. Apesar de breve, a participação de Clodovil no programa matinal atraía milhares de ouvintes, e serviu como uma experiência importante para o estilista antes de começar a trabalhar na televisão na década de 1980. Em setembro de 1968, Clodovil teria criticado ao vivo na rádio as roupas que Iolanda Costa e Silva.[25] esposa do então presidente-general Costa e Silva, usou na ocasião da visita oficial da primeira-ministra indiana Indira Gandhi ao Palácio da Alvorada. Acabou demitido da Rádio Jovem Pan. Anos mais tarde, Clodovil desmentiu dizendo que não havia criticado a indumentária da primeira-dama, mas sim sua atitude: "Eu não critiquei a roupa dela. Não. Eu critiquei a atitude dela (...) Ela recebendo a Indira Gandhi, ela parecia uma espanhola enlouquecida, com vestido de veludo azul marinho, com sutiã azul marinho. Era uma espanhola louca. Digo, é pior do que uma brasileira enlouquecida, pelo menos ela tava de candomblé, né?".

Em 1980, já consagrado como costureiro da elite brasileira, Clodovil foi convidado pela Rede Globo para participar da equipe de apresentadores do TV Mulher, seu primeiro programa de televisão, tendo como colegas Marília Gabriela, Ney Gonçalves Dias, Ala Szerman, Xênia Bier e Marta Suplicy. O programa matinal era voltada para o público feminino, tendo sido pioneiro ao abordar temas como sexo, o que gerou protestos entre conservadores e religiosos. No TV Mulher, Clodovil costumava ler cartas de mulheres que queriam dicas e sugestões de vestuário e desenhava ao vivo os modelos, desde vestidos de festas até roupas adequadas para o trabalho. Em 1982, porém, Clodovil acabou demitido do TV Mulher após discutir ao vivo com Marília Gabriela, âncora do programa. De acordo com Marília Gabriela, o apresentador queria ser "o dono do programa"[26] e, após ela ter sido chamada para um especial chamado "Marília Mulher Gabriela", no qual cantava, Clodovil ficou com "muita raiva" e passou a provocá-la de forma constante nos bastidores do programa, envolvendo a equipe de produção. Conforme Ney Gonçalves Dias, quando fora do ar, os dois não se dirigiam um para o outro e eram "inimigos mortais".[27] Acabou substituído por Ney Galvão. Demitido da Rede Globo, Clodovil migrou para a Rede Bandeirantes, onde ganhou, em 1983, um programa com seu próprio nome. Ainda no mesmo ano, Clodovil entrou para a Rede Manchete, a qual o contratou para apresentar dois programas na década de 1980: os vespertinos Manchete Shopping Show (1983-1985) e Clô para os Íntimos (1985-1988); e no início da década de 1990, o noturno Clodovil Abre o Jogo (1991-1993). O lapso entre os dois últimos programas se deu porque Clodovil foi demitido em 1988 pelo dono da Manchete, Adolpho Bloch, após ter chamado a então Assembleia Constituinte de "Prostituinte". Segundo Clodovil, Ulysses Guimarães ligou indignado com a Manchete e disse para tirá-lo do ar. Com isso, Clodovil ficou quase quatro anos ausente na televisão, tendo sido readmitido pela emissora em 1991. Foi em Clodovil Abre o Jogo que ele lançou seu famoso bordão "Olha para a lente da verdade e me diz..." ao fazer perguntas inesperadas a entrevistados. Em 1993, com a crise enfrentada pela Manchete, Clodovil mudou para a CNT (Central Nacional de Televisão), sediada no Paraná. Essa emissora lançou Clodovil em dois programas que tiveram pouca duração: o Frente e Verso e Clodovil em Noite de Gala. Esse último era gravado ao vivo dentro do teatro do Ópera de Arame, em Curitiba. Segundo Clodovil, o custo desse último programa era de cerca de 150 mil dólares.

Clodovil apresentou "Noite de Gala" no Ópera de Arame no início dos anos 90.

Em 16 de novembro de 1994, Clodovil foi demitido da CNT após "desrespeitar a hierarquia e os assuntos internos da emissora", além de desentender-se constantemente com a equipe de trabalho e ofender publicamente o presidente da empresa.[28] Em agosto de 1996, porém, ele retornou para CNT, para apresentar "Retratos", também muito brevemente. Na ocasião, ele falou que havia saído da CNT dois anos antes por "autopunição",[29] por conta de uma relação amorosa fracassada. Na mesma época de sua readmissão, a CNT estudou a possibilidade de voltar a transmitir "Noite de Gala" com o apoio do governo paranaense e da prefeitura de Curitiba. Em 1998, Clodovil voltou para a Rede Bandeirantes, após quinze anos, para comandar o programa Clodovil Soft,[30] no qual cozinhava, fazia ginástica e dava dicas de etiqueta e moda. "Cansado de ficar parado", em razão do impasse do pagamento de seu salário com a emissora CNT, foi Clodovil quem pediu para trabalhar para a Bandeirantes. Em março de 1999, ele apresentou Clodovil na Rede Mulher, mas o novo programa ficou menos de um mês no ar — o mais curto de todos na carreira do apresentador —, e ele atribuiu sua demissão à compra da emissora pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Clodovil passou a virada para a década de 2000 desempregado, mas em 2001 ele aceitou a proposta de voltar a apresentar Clodovil Frente e Verso novamente na CNT. O projeto não durou muito. Subsequentemente, Clodovil concordou em coapresentar o programa Mulheres na TV Gazeta, ao lado de Christina Rocha. Alguns meses após a estreia, a parceira entre os dois apresentadores terminou, e Clodovil se despediu de Christina, que saiu do programa, chamando-a de "jararaca do brejo". Ele continuou apresentando o programa até 2002, passando a apresentar um talk show noturno com seu nome, no qual preparava receitas para receber convidados. Todavia, o horário nobre na Gazeta acabou sendo arrendado para televendas. Em novembro de 2003, Clodovil estreou na RedeTV! com A Casa é Sua, seu penúltimo programa de televisão, substituindo Leonor Corrêa, que havia saído em outubro daquele ano. Ao longo de 2004, mesmo advertido e aconselhado, Clodovil criou diversas polêmicas com personalidades e colegas de trabalho, fazendo críticas e provocações ao vivo no programa. Fez ataques verbais contra Luciana Gimenez, sua colega na RedeTV!,[31] passou três meses fugindo e evitando a equipe do Pânico na TV, que queriam que ele calçasse as "sandálias das humildade", uma espécie de "troféu" para celebridades tidas como arrogantes; ofendeu a pessoa da então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, sua ex-colega do programa TV Mulher, o que resultou em um processo judicial por calúnia e difamação; e criticou também o presidente da Band, Johnny Saad, o que fez com que seu programa deixasse de ser ao vivo por decisão dos diretores da emissora. O último dos conflitos criados por Clodovil na RedeTV! foi o que justificou sua demissão: no dia 12 de janeiro de 2005, o apresentador afirmou que Luísa Mell, que havia sido entrevistada pela Playboy, terminaria seus dias como "atriz pornô, assim como Rita Cadillac". O episódio acabou indo ao ar, mas sem o trecho polêmico, de maneira que, dois dias depois, Clodovil acabou demitido. Em abril de 2007, Clodovil voltou à televisão com o programa Por Excelência, na TV JB. O nome do programa, que foi o último do apresentador, faz referência à sua então condição de deputado federal. Pediu demissão por causa de problemas de saúde.

Comerciais de televisão

Clodovil Hernandes já foi contratado para fazer alguns comerciais de televisão, a maioria deles destinado para o público feminino. Em 1977, fez um comercial de sutiãs para a francesa Valisère. Em 1984, participou de um comercial de esmaltes e batons para a Colorama. Em 1985, Clodovil apareceu em um comercial da antiga marca de desodorantes para mulheres "Mistral", ao lado de Ingra Lyberato, no qual dizia que a protagonista tinha que usá-lo para não cheirar "igual a um homem". Em 2004, Clodovil protagonizou um comercial de kit de cozinha, Kit Cozinha Brasil, que ele mesmo criou, filmado em sua residência em Ubatuba. Em abril de 2008, um comercial realizado por ele para uma agência de publicidade contratada pela Suvinil acabou vetado para ir ao ar pela própria companhia porque nele o estilista usou palavra de baixo calão e gesto impróprio.[32]

Carreira política

Clodovil durante um pronunciamento na Câmara dos Deputados em 2007.

Em 2006 entrou para a política após candidatar-se e eleger-se deputado federal para a 53.ª legislatura da Câmara de Deputados Federais do Brasil pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), possuindo inclusive o terceiro maior número de votos em São Paulo, estado por onde se candidatou. Usou bastante ironia em sua campanha, como a frase: "Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver…".[33] Tornou-se então o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal.[34] Mesmo declarando-se, logo após ser eleito, contra a Parada do Orgulho LGBT, o casamento homossexual e o movimento LGBT brasileiro,[34] Clodovil apresentou um projeto para regulamentar a união civil de pessoas do mesmo sexo.[35]

Em setembro de 2007 o deputado decidiu trocar de partido e filiou-se ao Partido da República (PR), correndo desde então o risco de perder o mandato por infidelidade partidária, pois o TSE decidiu no dia 27 de março de 2007, que o mandato pertence ao partido e não ao eleito. No entanto, em 12 de março de 2009, foi absolvido por unanimidade dos votos.[36] Clodovil deixou o partido alegando ter sido abandonado pela legenda desde a eleição, quando não recebeu material de campanha, e posteriormente, quando não recebeu assessoria jurídica do partido. Devido a isso, os ministros do TSE concordaram que houve perseguição interna, uma das condições que permitem que o parlamentar troque de legenda.

Ele desconversava quando indagado sobre candidatar-se à Prefeitura de São Paulo em 2008.[37]

Projetos propostos

Em julho de 2008, apresentou proposta de emenda constitucional pretendendo reduzir o número de deputados de 513 para 250,[38] na qual constava que nenhuma Unidade da Federação poderia ter menos de 4 deputados, nem mais de 35. Hoje, a menor representação tem 8 assentos e a maior 70.

Apresentou o projeto 580/07 para regulamentar a união civil entre homossexuais.[35]

Em 27 de março de 2009, dez dias depois da sua morte, três de seus projetos foram aprovados na Comissão de Constituição e Justiça:[39]

  • a obrigatoriedade das escolas divulgarem a lista de material escolar 45 dias antes da data final para a matrícula
  • a criação do Dia da Mãe Adotiva, uma homenagem à sua mãe adotiva Isabel Hernandes
  • a obrigatoriedade da menção dos nomes dos dubladores nos créditos das obras audiovisuais dos quais eles tenham participado.

Visões políticas

Não Cotas Raciais Sim União de pessoas do mesmo sexo Não Imigrantes
Sim Privatização Não Pena de Morte Não Aborto
Não Intervenção Militar Não Liberação de substâncias psicoativas Sim Redução da maioridade penal

Imagem pública

Em 2004, já na RedeTV!, passou por uma fase polêmica devido ao desentendimento com integrantes do programa Pânico na TV. Um dos quadros do programa propunha que personalidades consideradas arrogantes pela equipe calçassem as "sandálias da humildade", e em certo momento Clodovil tornou-se o alvo dos humoristas. O apresentador se esquivou de duas investidas dos repórteres do Pânico. Na terceira tentativa, foi perseguido por dois carros, um helicóptero e um trio elétrico. Seguido desde os estúdios da emissora, em Barueri, na Grande São Paulo, o veículo do apresentador foi fechado no meio da Marginal Pinheiros, e acabou por escapar. No dia seguinte à apresentação de todo o incidente no Pânico, Clodovil fez um desabafo ao vivo em seu próprio programa, A Casa é Sua, que apresentava desde 2003. Seu programa, a partir de então, passou a ser gravado. Em 2005, ofendeu ao vivo Luisa Mell, contratada da mesma emissora, quando este declarou em seu programa, que Luisa terminaria seus dias como atriz pornográfica, assim como Rita Cadillac. A ofensa rendeu a demissão do estilista.[40] Em 2004, durante o programa A Casa é Sua, Clodovil chamou a vereadora Claudete Alves de "macaca de tailleur metida a besta". A vereadora entrou com uma queixa-crime e o apresentador respondeu por dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo. Clodovil alegou em sua defesa que a palavra "macaca" foi usada com o intuito de demonstrar que a vereadora "gostava de aparecer", e não com conotação racista. O apresentador, porém, foi condenado a pagar indenização por danos morais.[41]

Clodovil em Brasília após ser eleito Deputado federal.

Em uma entrevista à Rádio Tupi, em 27 de outubro de 2006, Clodovil declarou que os judeus teriam manipulado o Holocausto e forjado o atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center. Na mesma entrevista, referiu-se a um negro como "crioulo cheio de complexo". Para defender suas opiniões, disse à rádio carioca que existe um "poder escuso, que está no subsolo das coisas". Segundo o apresentador, "As pessoas são induzidas a acreditar. Quando houve aquele incidente com as torres gêmeas lá não tinha americano nenhum e nem judeu". O presidente da Federação Israelita do Rio, Osias Wurman, declarou-se indignado com as declarações, sobretudo por virem de uma pessoa advinda de uma minoria que também sofre preconceito. Wurman entrou com uma interpelação judicial contra Clodovil, acusando-o de racista, além de enviar cópias do áudio da entrevista à Secretaria Estadual de Direitos Humanos, a deputados estaduais e a organizações não-governamentais ligadas ao movimento negro.[42]

Em 2007, envolveu-se em nova polêmica no Congresso, após discutir com a deputada Cida Diogo, do PT do Rio de Janeiro.[43] A discussão iniciou por conta das declarações de Clodovil de que "as mulheres ficaram muito ordinárias, ficaram vulgares, cheias de silicone" e ainda que atualmente "as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé".[43] Ao ser questionado pela deputada quanto à declaração, respondeu: "Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia".[43]

Imitações

Por conta de sua voz, trejeitos e estilo próprio, Clodovil Hernandes já foi imitado por diversos humoristas e artistas. Sobre as sátiras que testemunhou em vida, Clodovil teve divergências com alguns dos parodistas.

Em 1981, Mussum imitou Clodovil (através do personagem Criolovil) em um quadro de Os Trapalhões. Quando o comediante faleceu em 1994, Clodovil o elogiou chamando-o de divertido e muito alegre.[44]

Em 1982, Agildo Ribeiro fez uma sátira de Clodovil em seu programa "Estúdio A...gildo", com o personagem "Clô Clô".[45] Recebendo-o em seu programa TV Mulher naquela época, Clodovil afirmou que Agildo era "engraçado", mas que o personagem era "triste".

Em 1993, o apresentador do Jornal Nacional William Bonner, ao lado de Cid Moreira, imitou Clodovil usando seu bordão "Olha para a lente da verdade e me diz...". A brincadeira foi gravada mas não foi ao ar na ocasião, tendo sido colocada na internet em 2004 apenas.[46]

Tom Cavalcanti imitou Clodovil em várias ocasiões através do personagem Tomdovil. Em 1997, em entrevista para o programa Passando a Limpo, Clodovil afirmou que Cavalcanti o reverenciava e que nunca o imitou para "cafajestada ou grosseria", caricaturizando-o de uma maneira elegante.

Clodovil foi imitado por diversas vezes por Wellington Muniz, o Ceará, do Programa Pânico na TV, classificado por ele como "o pior imitador do Clodovil" e ainda afirmou: "toda vez que você é imitado, você não fica feliz por uma razão, porque é uma caricatura, tinta forte, ninguém gosta."

Recentemente, em 2019, Viny Vieira imitou Clodovil com o personagem Clodoviny.

Vida pessoal

A despeito da vida de glamour e fama, fazia questão de demonstrar sua espiritualidade e sempre evidenciar o amor recíproco entre ele e seu grande amor, citando Deus de forma recorrente nos diálogos e entrevistas: "Eu não sou briguento. Como eu poderia ser? Eu sou temente a Deus".[47]

Clodovil morreu em 17 de março de 2009 sem deixar descendentes, tampouco nomeou herdeiros para seu patrimônio. Em vez disso, doou seus bens para a criação de uma fundação que idealizou ainda em vida. Conforme mencionado pelo próprio Clodovil, em entrevista a Amaury Júnior em 2008, o testamento do estilista propunha a criação da Fundação Isabel Hernández, que teria sua sede em Ubatuba, com o escritório administrativo em uma parte da casa do mesmo e outra parte da casa seria transformada em museu, para que as pessoas pudessem conhecer mais sobre a casa que Clodovil viveu por décadas e os hábitos do estilista. Dentro dessa fundação, teriam as “Casas Clô”, que abrigaria durante o dia meninas abandonadas e também funcionaria como uma espécie de creche, onde meninas poderiam ficar entre as 7H00 e às 17H00, onde elas seriam capacitadas para o mercado de trabalho. No entanto, devido a faltas de verbas, problemas com a casa de Ubatuba (que estava construída em uma área de patrimônio da mata atlântica) e uma série de dificuldades, até o momento não foi possível realizar o sonho de Clodovil, e desde então a casa do estilista tem ido para leilão e também corre o risco de ser demolida, devido a construção ter “invadido” a mata atlântica (sendo que Clodovil havia comprado o direito de uso daquela área florestal). Em relação a gestão da fundação Izabel Hernandez, Clodovil deixou claro que não queria deixar para a prefeitura de Ubatuba. Com a intenção de concretizar o sonho de Clodovil, foi criado o Instituto Clodovil Hernandes em 2011, cuja missão é criar a fundação Isabel Hernández e estaria preparando um acervo de itens da marca CLODOVIL que ficará exposta na fundação desejada por muitos (qualquer um pode doar itens da marca para o Instituto, e o mesmo tem um página na internet). O presidente do Instituto é Maurício Petiz, assessor e amigo de Clodovil.

Problemas financeiros

Em vida, Clodovil Hernandes ganhou muito dinheiro como estilista e apresentador de televisão, mas também perdeu muito dinheiro devido a perdas em processos judiciais, a investimentos pouco rentáveis e, sobretudo, aos gastos com o estilo de vida extravagante a que estava habituado. Ao falecer, ele deixou inúmeras dívidas, as quais passaram a ser respondidas por seu espólio. Em seu testamento, havia nomeado sua advogada, Maria Hebe Pereira de Queiroz, sua inventariante. Antes de ser demitido da RedeTV! em janeiro de 2005, Clodovil recebia um salário de R$ 15 mil, acrescidos de R$ 130 mil de comissão por merchandising.

Clodovil declarou em agosto de 1994 no programa Hebe, que ainda estava pagando o seu apartamento em Paris, cujo sinal havia pago. Em 1999, quando enfrentava um situação difícil, Clodovil recebeu do apresentador Faustão um buquê de flores com cerca de R$ 40 mil em notas, presas em um grampo de ouro, e com um cartão anexado que dizia: "Não é dinheiro. É um presente de um amigo".[48]

Edifício São Carlos, na Vila Nova Conceição.

Em São Paulo, Clodovil alugava um apartamento no Edifício São Carlos, na Avenida República do Líbano, em frente ao Parque do Ibirapuera. Em Cotia, ele mantinha uma casarão de 787 m² no bairro Granja Viana, na Rua Perdigão, n.° 494. A residência entrou em estado de abandono quando Clodovil deixou de poder arcar com reformas em 2005, por conta de sua demissão da RedeTV!. A propriedade foi vendida por seu espólio em 2012, pelo valor de 500 mil reais.[49] O dinheiro foi utilizado pelo espólio para pagar a indenização por difamação à Marta Suplicy e dívidas trabalhistas.[50]

Em 1980, começou a construir um retiro particular em Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo. Ele adquirira três lotes que somavam 3 200 m², na Rua das Rosas, num local conhecido como "Sertãozinho do Léo". Abrangida pelo Parque Estadual da Serra do Mar, a propriedade cercada pela Mata Atlântica está numa área de proteção ambiental. Ao longo dos anos, o próprio Clodovil projetou, sem requerer serviços de arquitetos e engenheiros, um complexo de casas interligadas por passeios ajardinados, todas minuciosamente decoradas com seu gosto pessoal e, como tido por muitos, excêntrico.

Em janeiro de 2005, parte de uma das casas de Clodovil desabou após um deslizamento de terra, de modo que o imóvel acabou parcialmente interditado por técnicos da Defesa Civil de Ubatuba.[51] À medida que ampliava irregularmente seus aposentos na propriedade, Clodovil recebeu muitas denúncias por degradação ambiental. Em agosto de 2018, após dois leilões virtuais, a propriedade em Ubatuba de Clodovil foi arrematada por R$ 750 mil.[52] Pouco tempo depois, porém, o leilão da terreno foi anulado judicialmente a pedido da parte compradora, alegando que desconhecia a escritura de "cessão de direitos possessórios" da área pelo Estado, a qual havia sido dada a Clodovil.[53]

Doença e morte

Clodovil Hernandes foi diagnosticado em 2005 com um tumor maligno na próstata. Ele retirou o tumor em uma cirurgia e não precisou fazer tratamentos complementares, porém passou a apresentar um quadro de incontinência urinária.[54] Em 2007, o deputado sentiu fortes dores no corpo e febre, com princípio de infarto. Depois voltou a passar mal na Câmara dos Deputados, teve um derrame cerebral e ficou com o lado direito do corpo paralisado. Em agosto de 2008, passou por mais uma cirurgia em decorrência das deficiências na próstata. Após a cirurgia, durante a recuperação o estilista e deputado sofreu uma embolia pulmonar.[55]

Clodovil morreu em 17 de março de 2009, após ser registrada sua morte cerebral, causada por um acidente vascular cerebral (AVC). O velório ocorreu no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o sepultamento teve lugar no dia seguinte à morte no Cemitério do Morumbi, na capital paulista.[56]

Filmografia

Televisão

Ano Título Cargo Emissora
1980–83 TV Mulher Apresentador[57] Rede Globo
1983 Clodovil Rede Bandeirantes
1985–88 Manchete Shopping Show Rede Manchete
1985–88 Clô para os Íntimos
1990 Clodovil Frente e Verso CNT
1992–93 Clodovil Abre o Jogo
1993–94 Clodovil em Noite de Gala
1996–97 Retratos
1998 Clodovil Soft Rede Bandeirantes
1999–2000 Clodovil Hernandez Séries de Web
2001 Clodovil Frente e Verso CNT
2001–02 Mulheres TV Gazeta
2002 Clodovil
2003–05 A Casa É Sua RedeTV!
2007 Por Excelência TV JB

Cinebiografia póstuma

Em 2019, a Ancine autorizou a captação de recursos para uma cinebiografia, intitulada Clodovil.[58] Em junho de 2021 foi anunciada uma série biográfica a ser produzida, tendo o ator Silvero Pereira como intérprete do estilista.[59]

Notas e referências

Notas

  1. a b c A localidade onde Clodovil nasceu é a atual cidade de Elisiário, no interior do estado de São Paulo. No ano de seu nascimento, a localidade era ainda um distrito da cidade de Catanduva. O distrito de Elisiário seria elevado à categoria de município em 30 de dezembro de 1991. Fonte: IBGE – História de Elisiário
  2. Em sua certidão de nascimento, o nome do biografado consta como "Clodovir Hernandes". Fonte: O Globo - Biografia de Clodovil traz um desfile de polêmicas e histórias reveladoras.

Referências

  1. «Clodovil na lente da verdade». Revista Veja 
  2. «Clodovil se elege deputado federal por SP com terceira maior votação do estado». O Globo. 2 de outubro de 2006. Consultado em 17 de março de 2021 
  3. «Federação Israelita intima Clodovil Hernandes por racismo». O Globo. Globo.com 
  4. «Gay de direita, Clodovil é lembrado por polêmicas no Plenário». epoca.globo.com. Consultado em 17 de março de 2021 
  5. OAM. «Fortuna de Clodovil continua bloqueada dez anos depois de sua morte». Gazetaweb. Consultado em 17 de março de 2021 
  6. Entrevista de Clodovil a Ronaldo Bôscoli para a Revista Manchete nº 1.421, publicada em 14 de julho de 1979. Trecho: "(...) o analfabetismo do pai quase o deixa com uma marca indelével. Usar como nome Clodovir (erro de sotaque) e não Clodovil, como de fato consta em seus documentos".
  7. Revista Manchete nº 1.421 - 14/07/79 - Depoimento a Ronaldo Bôscoli. Clodovil: "não deixarei que façam comigo o que fizeram com Denner"
  8. «Políticos lamentam morte de Clodovil em velório - 18/03/2009 - Ilustrada». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de março de 2021 
  9. «Clodovil Hernández». Isto é gente. Terra. Consultado em 11 de novembro de 2011 
  10. «Clodovil, vítima de notícia falsa no jornal». www.terra.com.br. ISTOÉ Gente Online. Consultado em 17 de março de 2021 
  11. Revista Manchete nº 1.421 - 14/07/79 - Depoimento a Ronaldo Bôscoli. Clodovil: "Eu fiz o curso Normal no Pedro II. Mesmo comendo uma vez por dia, eu já tinha pose."
  12. «Só aceitei a homossexualidade aos 60 anos». Isto é Gente. Terra 
  13. «Equipe médica confirma morte cerebral de Clodovil». Estadão.com.br 
  14. «Clodovil foi um dos pilares da "alta costura brasileira"». BOL. UOL 
  15. «Clodovil Hernandes foi pioneiro na 'alta-costura brasileira'». G1. Globo 
  16. "101 Filmes para quem ama moda", Editora SENAI-SP, página 104"
  17. «Clodovil». IMDb. Consultado em 17 de março de 2021 
  18. Cunha, Tarcísio (25 de setembro de 2017). «Após 40 anos, Kuarup, do Ballet Stagium, volta ao palco do Theatro Municipal de SP». Agenda de Dança. Consultado em 17 de março de 2021 
  19. «Anais I Congresso Internacional de Memória, Design e Moda. Moda Documenta: Museu, Memória e Design - Maio, 2014» (PDF). Artigo "A ATUAÇÃO DE CLODOVIL HERNANDES COMO FIGURINISTA", por Vagner D. G. Carvalheiro (CEETEPS)". Consultado em 1 de agosto de 2020 
  20. M de Mulher - Clodovil cantando na boate Ups, em São Paulo, em 1974
  21. Diário de Notícias, 3 de junho de 1975 - "Video Tape", página 9
  22. «Clodovil tinha sonho de se tornar cantor e gravar um álbum solo». R7.com. 1 de setembro de 2020. Consultado em 17 de março de 2021 
  23. Cultural, Instituto Itaú. «Seda Pura e Alfinetadas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 17 de março de 2021 
  24. «Folha Online - Ilustrada - Candidato a deputado, Clodovil volta ao teatro em SP - 24/01/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de março de 2021 
  25. «ISTOÉ Gente». www.terra.com.br. Consultado em 17 de março de 2021 
  26. «Em entrevista, Marília Gabriela diz: "O Clodovil era muito cruel"». NaTelinha. Consultado em 17 de março de 2021 
  27. «Ney Gonçalves Dias lembra "TV Mulher": "Gabi e Clodovil eram inimigos"». tvefamosos.uol.com.br. Consultado em 17 de março de 2021 
  28. «Folha de S.Paulo - Clodovil é demitido da CNT; TV Plus quer fazer 4 novelas; Fleury visita cidade cenográfica; Cultura participa de "pool"; Benedito ganha US$ 100 mil; MTV desmente volta de Thunder; Gleiser cuidará de produções; Atores gravam histórias infantis - 27/11/1994». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de março de 2021 
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  54. «Em entrevista a Amaury Jr, Clodovil diz ter tumor maligno». Folha Online. UOL 
  55. «Clodovil Hernandes é internado com embolia pulmonar». G1. 5 de setembro de 2009. Consultado em 27 de Fevereiro de 2020 
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  59. «Silvero Pereira é convidado para ser Clodovil Hernandez em série». R7.com. 3 de junho de 2021. Consultado em 18 de junho de 2021 

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