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Carla Zambelli | |
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Carla Zambelli em 2019. | |
Deputada federal por São Paulo | |
Período | 1º de fevereiro de 2019 até atualidade |
Dados pessoais | |
Nome completo | Carla Zambelli Salgado de Oliveira |
Nascimento | 3 de julho de 1980 (42 anos) Ribeirão Preto, São Paulo |
Nacionalidade | brasileira |
Prêmio(s) | Medalha do Pacificador[1] |
Partido | PEN (2016-2017) NOVO (2017-2018) PSL (2018-2022) UNIÃO (2022) PL (2022-presente) |
Profissão | Política |
Website | https://www.carlazambelli.com.br/ |
Carla Zambelli Salgado de Oliveira (Ribeirão Preto, 3 de julho de 1980)[2] é uma política brasileira. É uma das fundadoras do movimento Nas Ruas[3], tendo obtido notoriedade por entrar no grupo feminista Femen no início dos anos 2010 e depois se atrelar ao movimento ultraconservador e extrema-direita no Brasil.[4][5] Nas eleições de 2018, elegeu-se deputada federal por São Paulo, pelo Partido Social Liberal (PSL).[6] Filiada ao Partido Liberal (PL), é atualmente deputada federal por São Paulo.[7]
Inicialmente, quando grávida, Carla participou de movimentos feministas, mas ela alega não ter ligação alguma com o grupo Femen[8] (embora tenha participado de protestos do grupo[9] e tenha sido identificada como fundadora e porta-voz do coletivo em reportagem da época)[10] ou mesmo ser feminista, inclusive explicando que a confusão se deve ao fato Sara Giromini, com quem ali ela protestava ser do grupo e não ter esclarecido os pontos que o movimento radical defendia, causando um rompimento das partes, que só viria a ser restabelecida quando Sara passasse a defender pautas mais conservadoras.
Começou a trabalhar como gerente de projetos na empresa KPMG Consultoria em 2015, ano em que o movimento Nas Ruas ganhou notoriedade por causa dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff. Zambelli tornou-se conhecida do grande público a partir das redes sociais, e passou a transitar mais pela Câmara dos Deputados.[11]
Ao longo de sua militância, se envolveu em alguns momentos conturbados. Em julho de 2016, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski se irritou com um boneco inflável gigante que fazia referência a ele, durante protesto organizado pelo grupo Nas Ruas. O Supremo Tribunal Federal enviou ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, pedindo que providências fossem tomadas contra os responsáveis pelo ato, citando Carla como suposta líder da manifestação.[12] Em junho de 2017, Carla se envolveu em um conflito com Paulo Pimenta (PT-RS) ao acusá-lo de roubo. O vídeo no qual o petista lhe dá voz de prisão foi publicado na internet pela própria ativista, que chegou a ser encaminhada para a delegacia do Congresso.[13][14] O deputado petista, contudo, não formalizou nenhuma queixa contra ela.[15]
Tem um perfil alinhado à direita, sendo liberal econômico e conservadora nos costumes.[16] Em 2017 se declarou monarquista, após conversas com membros da família imperial.[17] É contra a política de cotas, exceto para pessoas com deficiência.[6]
Nas eleições de 2018, foi eleita deputada federal pelo PSL.[18][19] Afirmou que sua linha de atuação na Câmara dos Deputados continuará sendo o combate à corrupção. De acordo com Zambelli, isso será feito por meio de três pilares: "menos Estado, mais justiça e educação de verdade".[6]
Em 2019, foi convidada a viajar para China, a fim de conhecer o novo sistema de reconhecimento facial produzido pelos chineses.[20][21]
No dia 25 de agosto de 2022 foi eleita melhor deputada pelo público na categoria "Melhores na Câmara", no prêmio Congresso em Foco.[22]
Em 2 de outubro de 2022, foi reeleita deputada federal, sendo segundo mais votado do estado de São Paulo, e terceiro mais votado do país.[23]
Em 2018, a associação Brasil nas Ruas, presidida por Zambelli, foi processada por danos morais ao publicar Fake News insinuando que o Deputado Jean Wyllys cometia crime de pedofilia.[24] Após ser condenada a pagar R$ 40 mil reais, a deputada recém-eleita afirmou que o valor seria pago com crowdfunding de seus eleitores, pois ela já tinha destino para seu novo salário de deputada.[25]
Em setembro de 2019, a revista Veja divulgou que o filho de Carla Zambelli foi matriculado no ensino fundamental do Colégio Militar de Brasília sem passar pelo processo tradicional da seleção de candidatos.[26] Nas redes sociais, a deputada negou irregularidades e relatou que seu filho de 11 anos vinha sofrendo ameaças em São Paulo e que ele estaria seguro ingressando em uma escola militarizada.[27]
Após o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno morrer vítima de um infarto fulminante, Carla Zambelli publicou um tuíte polêmico em alusão à sua morte. A parlamentar havia postado uma passagem bíblica.
O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.Isaías 14:24.
Todos que se colocarem contra o projeto de Deus serão flechados e voltarão, naturalmente, às suas origens— Carla Zambelli em seu Twitter, 14 de março de 2020
Após a repercussão, a deputada apagou o tuíte e disse que foi mal interpretada. "Eu li que já estão fazendo conjecturas, ligando a morte dele (Bebianno) ao presidente Jair Bolsonaro. Eu só quis dizer que a morte foi natural", disse a parlamentar. Ela também confirmou que a publicação fazia mesmo referência à morte do ex-ministro.[28][29]
Carla Zambelli foi alvo de uma representação do PSL por quebra de decoro, o que poderia levar a sua cassação, por ter ofendido a deputada Joice Hasselmann ao publicar no Twitter a hashtag "#DeixedeSeguirAPepa", uma referência à personagem de desenho animado Peppa Pig. A defesa da deputada argumentou que "…um meme não será jamais motivo de falta de decoro ou ética com o colega, visto que a própria vítima neste caso, em suas publicações, e mais graves e sem apoio, já alegou de seu lado, contra a representada, sem provas que Carla Zambelli teria ‘abortado’, que seria 'prostituta'…". Em fevereiro de 2020, o Conselho de Ética arquivou a representação por 13 votos a 0. O relator da representação, Márcio Marinho (Republicanos) afirmou que os deputados têm imunidade parlamentar, o garante que eles não possam serem processados por emitirem suas opiniões.[30][31][32]
Em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, a deputada federal sugeriu que o estado do Ceará estaria inflando o número de mortos por COVID-19.[33]
No Ceará, tem caixão sendo enterrado vazio, tem uma foto de uma moça carregando caixão com os dedinhos.— Carla Zambelli, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O governo do estado do Ceará, administrado por Camilo Santana (PT), divulgou nota repudiando as declarações, chamando-as de um insulto aos profissionais de saúde cearenses e um desrespeito às famílias das vítimas, além de informar que entraria com uma ação por denunciação caluniosa por espalhar fake news.[34][34] O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) também anunciou que acionaria a Justiça contra a deputada Carla Zambelli por esse caso.[35]
Em mensagens reveladas no Jornal Nacional, fornecidas pelo ex-juiz Sergio Moro, a deputada federal aparece tentando manter Moro como Ministro da Justiça e Segurança Pública em troca de buscar convencer o Presidente da República Jair Bolsonaro a indicá-lo a uma vaga para o Supremo Tribunal Federal.[36] Diante do ocorrido, o PSOL protocolou um pedido de cassação da deputada federal, acusada pelo partido de abusar de suas prerrogativas, configurando quebra de decoro parlamentar, além de acusá-la de advocacia administrativa e prevaricação.[37] A executiva nacional do PT também entrou com uma notícia-crime no STF contra Carla Zambelli, por suspeita de tráfico de influência e de advocacia administrativa.[38]
No dia 25 de maio de 2020, em meio a polêmica sobre interferência da presidência na Polícia Federal e após a divulgação do vídeo da reunião ministerial em que Bolsonaro aparece se queixando de que a PF não o antecipava informações[39] e após o empresário Paulo Marinho revelar que a família Bolsonaro já recebera informações sigilosas de investigações da Polícia Federal no caso Queiroz,[40] a deputada, que é forte interlocutora do presidente Jair Bolsonaro, declarou que haveria uma operação da Polícia Federal contra governadores por investigações de corrupção e lavagem de dinheiro nas medidas de combate ao coronavírus.[41]
A gente já teve operações da Polícia Federal que estavam na agulha para sair, mas não saíam. E a gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar talvez de Covidão, ou de, não sei qual é o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal— Carla Zambelli em entrevista à Rádio Gaúcha, em 25 de maio de 2020
No dia seguinte, em 26 de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Placebo, no Rio de Janeiro, contra corrupção e lavagem de dinheiro em ações do governo estadual, em que foi realizadas ações de busca e apreensão contra o governador e rival político de Bolsonaro, Wilson Witzel e contra a primeira-dama do estado, Helena Witzel tanto nos endereços oficiais quanto no escritório de advocacia de Helena. Horas após a operação, Witzel declarou, em nota oficial, que era clara a intervenção da presidência no inquérito e sobre antecipação de informações por parte de deputados bolsonaristas.[42]
Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada.— Wilson Witzel, 26 de maio de 2020
Após o deputado Rogério Correia (PT) divulgar o envio ao ministro Alexandre de Moraes um pedido de retenção do passaporte de Abraham Weintraub, que sendo investigado, dava indícios de que queira deixar o Brasil, Carla Zambelli respondeu a uma publicação de Correia nas redes sociais:
Hoje vc vai sentir o tsunami Bolsonarista em suas redes. Seu ato é uma afronta ao povo brasileiro que votou em Bolsonaro e Vc não respeita o PROCESSO DEMOCRÁTICO! DITADORZINHO!
Após isso, o deputado começou a receber diversas ameças, e respondeu a Zambeli:
Não é possível. A deputada faz uma ameaça dessas e depois chegam até ameaças de morte. Recebi ameaças de morte horas depois. Vou pedir uma investigação à polícia e ao STF, para o gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Percebi muitos robôs, muitas mensagens, com muitos xingamentos e ódios. Isso só comprova como os bolsonaristas agem de fato
Procurada para comentar, Zambeli tentou minimizar o caso, dizendo que também recebe "ameaças petistas".[43]
Em 19 de agosto de 2020, Zambelli anunciou publicamente estar com COVID-19 e que faria uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia cientificamente comprovada para tratar a doença.[44]. Dois dias depois, ela escreveu na rede social Facebook que estava "sem conseguir dormir com dor no corpo" e pedia orações. A deputada deixou um comentário na mesma postagem desejando "força e muita força!" a si mesma, para concluir com o autoelogio "você é nossa representante". Posteriormente, Zambelli responsabilizou uma assessora pelo comentário deixado para si mesma[45][46]
Em 24 de agosto, a deputada foi internada no hospital particular DF Star, em Brasília, para supostamente se tratar de COVID-19.[47] Dois dias depois, ela postou no Twitter uma imagem em que afirmava estar curada da COVID-19 e ter se tratado com hidroxicloroquina, medicamento do qual fez propaganda diversas vezes enquanto estava dizia estar doente.[48] Contudo, em 28 de agosto, o hospital em que Zambelli havia sido internada divulgou uma nota para esclarecer que a parlamentar jamais havia sido infectada pelo vírus SARS-Cov-2, tendo sido internada para o tratamento de endometriose.[49] Zambelli defendeu-se dizendo que o diagnóstico inicial havia sido de falso positivo, informação não confirmada pelo hospital.[50]
Segundo o levantamento do Aos Fatos de maio de 2020, Carla Zambeli e um grupo de sete deputados investigados no inquérito das fake news publicaram em média duas postagens por dia em rede social em um período de três meses, com desinformação ou mencionando o STF de forma crítica.[51]
A apresentadora Xuxa Meneghel entrou com um processo de danos morais negado contra Zambelli. A ação era movida contra a deputada federal após críticas ao livro "Maya", direcionado ao público infantil sobre uma menina que está no céu aguardando a família ideal para descer à Terra. Maya passa a ter uma família formada por duas mães e Xuxa mostra como as crianças nascem puras e livres de qualquer tipo de preconceito. A história, segundo a apresentadora, foi inspirada em um casal de amigas e a filha delas, que dá nome à obra, é afilhada de Xuxa.
Zambelli publicou nas redes sociais críticas ao livro, que nem havia sido publicado ainda. Em vídeo, ela alegou que poderia levar a "destruição de valores humanos das crianças". Xuxa pedia indenização por dano moral fixada em R$ 150 mil, mas a juíza Carolina Pereira de Castro da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou o pedido improcedente e extinguiu o processo.[52] Xuxa ainda foi obrigada a pagar pelas custas processuais.[53]
No dia 6 de julho de 2022, foi noticiado que Zambelli processou a Wikimedia Foundation, fundação responsável por administrar a enciclopédia livre e colaborativa Wikipédia. Segundo a deputada, ela já "tentou argumentar com os gestores do site", e não obteve sucesso. Ela afirma "nunca ter integrado o movimento Femen Brazil", e questiona a informação sobre o uso de uma "vaquinha" on-line feita por eleitores para ajudá-la a pagar o ex-deputado Jean Wyllys, que a processou por danos morais. Zambelli quer que a Justiça obrigue a Wikipédia a retirar as duas informações de sua biografia, limite as edições das informações e identifique aqueles que buscam alterar dados.[54]
Em 29 de outubro de 2022, após uma discussão com eleitores em uma rua situada no bairro dos Jardins, em São Paulo, Zambelli persegue um deles, apontando uma arma de fogo contra ele.[55] Imagens mostram o momento em que ela discute com eleitores, tropeça sozinha, e, armada, persegue o homem acompanhada de seguranças.[55][56] Ela alegou ter sido agredida fisicamente, acusando seus opositores de usarem "um homem negro para vir em cima de mim".[55] O caso ocorreu na véspera do segundo turno das eleições, data em que a legislação eleitoral proíbe o transporte de armas e munições.[56]
Após o ocorrido, diversos deputados anunciaram que pediriam a cassação da deputada.[57]
No dia 2 de novembro de 2022, O juiz Marco Antonio Martins Vargas, do TSE, proibiu a deputada Carla Zambelli de utilizar ou criar novos perfis em redes sociais, até a posse do então presidente eleito: Lula (PT). Desde o final das eleições, o TSE suspendeu contas nas redes sociais que apoiam ou estão envolvidas na organização das manifestações que paralisaram estradas em protesto contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL), no qual Carla Zambelli apoiou em suas redes sociais.[58]
Zambelli criou novas contas, que também foram derrubadas.[59] Então, que disse que denunciaria o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).[60] A rede social Gettr pediu ao STF acesso ao processo que determinava o bloqueio de Zambelli na plataforma.[61]
Ano | Eleição | Partido | Candidata a | Votos | % | Resultado | Ref |
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2018 | Eleições estaduais em São Paulo | PSL | Deputada federal | 76.306 | 0,36% | Eleita | [62] |
2022 | Eleições estaduais em São Paulo | PL | 946.244 | 3,99% | Eleita | [62] |
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at position 5 (ajuda)
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